Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
09/06/2009
País rico deve cortar CO2 em 40% até 2020, dizem ONGs
Ambientalistas divulgam na Europa proposta de acordo e de metas para que mudança climática não seja catastrófica
Na área do desmatamento, as nações devem reduzir as emissões em 75% até 2020 em relação aos níveis de 1990, afirma documento
Enquanto o mundo patina na tentativa de fechar o novo acordo do clima, ONGs mostram um caminho possível para evitar uma mudança climática catastrófica: os países industrializados precisam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2020 -em relação às emissões de 1990.
Esses gases, entre eles o CO2, provocam a mudança climática. Para impedir que ocorra um aumento de mais de 2C na temperatura até o final deste século, limite considerado seguro, o corte de emissões deve ser de 95% até 2050.
Os números integram a proposta de acordo do clima feita pelo Greenpeace, WWF, IndyACT (liga independente dos ativistas), Germanwatch, Fundação David Suzuki, Centro de Ecologia Nacional da Ucrânia e especialistas. A sugestão foi divulgada ontem em Bonn (Alemanha), local de um evento preparatório para a Conferência do Clima de Copenhague.
As emissões de desmatamento, diz a proposta, precisam ser reduzidas em pelo menos 75% em todo o mundo até 2020, em relação aos níveis de 1990. Para as ONGs, é fundamental que o tema entre no acordo, já que o desflorestamento corresponde a cerca de 20% das emissões globais.
Segundo o documento, as emissões no mundo não podem continuar subindo depois de 2017, ano em que devem atingir o pico. Os países em desenvolvimento podem adotar metas voluntárias e reduzirem suas taxas em 51% até 2050.
Os autores ressaltam que a proposta "é um trabalho em andamento". Porém, para Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace Brasil, a iniciativa é importante para que a sociedade tenha com que comparar as propostas que forem apresentadas. "Ainda não há nada na mesa. Isso deveria ser a base da negociação. É um documento justo, realista, que atende a necessidade que a ciência está nos colocando."
Pesquisas científicas recentes indicam que, se as emissões forem 25% acima dos níveis de 2000 em 2020, a chance de exceder em 2C a temperatura será maior do que 50%.
Segundo Karen Suassuna, do WWF, os países desenvolvidos teriam, pela proposta, duas obrigações: além de reduzir suas emissões, precisam financiar o corte de emissões e a adaptação à mudança no clima nos países mais pobres.
Para isso, o documento aponta que os países ricos -que ao longo da história contribuíram mais para a mudança climática- precisam angariar US$ 160 bilhões ao ano, no período entre 2013 e 2017.
Carlos Scaramuzza, do WWF, espera que o documento seja uma referência ao debate. Mas é provável que a proposta influencie pouco as negociações do clima. Até agora, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse querer reduzir as emissões do país aos níveis de 1990 até 2020, e em 80% até 2050. Já a União Europeia disse que irá cortar 20% até 2020 (dependendo do compromisso dos outros países, pode chegar a 30%) e 80% até 2050.
Por: Afra Balazina
Fonte: Machetes Socioambientais/ Folha de S. Paulo