Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
04/06/2009
Investimento em energia renovável cresceu 27%, diz ONU
De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as energias renováveis atraíram mais investimento do que as fósseis em 2008.
Lisboa, 3 jun (Lusa) - A crise econômica atingiu a energia limpa na União Europeia e nos EUA, mas, nas economias emergentes, o investimento neste setor aumentou 27% em 2008, atingindo 23,55 bilhões de euros (R$ 65,31 bilhões), informa a ONU.
De acordo com o relatório "Tendências Globais sobre Investimento em Energias Sustentáveis 2009", do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as energias renováveis atraíram mais investimento do que as fósseis em 2008.
As energias renováveis representaram, no ano passado, a maior fatia do investimento no setor energético e mais de 40% da nova capacidade de geração de energia, diz o documento.
Apesar de as condições dos mercados financeiros em 2008 terem sido difíceis, o investimento mundial em energias limpas superou em 5% os valores de 2007.
Os investimentos na Europa atingiram 32,5 bilhões de euros (R$ 90,14 bilhões), um aumento de 2% face ao ano anterior, e na América do Norte foram de 19,7 bilhões de euros (R$ 54,64 bilhões), queda de 8% por comparação com 2008.
Ações
Os países em desenvolvimento tiveram um crescimento de 27% neste setor, para 23,9 bilhões de euros (R$ 66,28 bilhões), e representam já cerca de um terço dos investimentos globais, com destaque para Brasil, China e Índia.
O Brasil teve um aumento de investimento de 76% em relação a 2007, para 7 bilhões de euros (R$ 19,41 bilhões), seguindo-se a China, com 18%, para 10,2 bilhões de euros (R$ 28,29 bilhões) e a Índia, com 12%, para 2,4 bilhões de euros (R$ bilhões).
No ano passado, cerca de 101,4 bilhões de euros (R$ 281,22 bilhões) foram investidos em empresas e projetos de energias limpas em todo o mundo, revela o documento, acrescentando que aquele montante é mais do que o quádruplo do registrado quatro anos antes, em 2004.
A energia geotérmica foi a que teve o crescimento mais rápido, enquanto a eólica liderou os novos investimentos e a solar registrou os maiores ganhos, merecendo ainda destaque a queda dos biocombustíveis.
Segundo o relatório, por ser "a mais amadurecida e estável das renováveis", a energia eólica atraiu a maior fatia de novos investimentos, com 33,9 bilhões de euros (R$ 94 bilhões).
Já a energia solar teve os maiores ganhos, com 21,9 bilhões de euros (R$ 60,74 bilhões), um crescimento que reflete a expectativa de descida do preço do silicone, usado na confecção dos painéis fotovoltaicos, "que se espera seja de 43% este ano".
Quanto à energia geotérmica, foi a que registrou o maior crescimento percentual, com 149% e 1,3 gigawatts de nova capacidade instalada. O custo competitivo e a sua longevidade tornam esta energia numa aposta atrativa, apesar do elevado investimento inicial exigido.
Verde
Em relação aos biocombustíveis, no ano passado tiveram uma queda de 9% em relação a 2007, devido à combinação do elevado preço dos cereais, da redução do preço do petróleo e da polêmica "comida versus combustível".
A controvérsia sobre a utilização de milho, soja ou cana-de-açúcar para produzir biocombustíveis, desviando-os do circuito alimentar, levou o investimento numa segunda geração de biocombustíveis centrado na descoberta de fontes desta energia que não constituam alimento (caso de alguns tipos de algas).
O relatório indica ainda que as alterações climáticas, a recuperação econômica e a segurança energética vão impulsionar investimentos muito maiores nos próximos anos, tornando-os prioridades nacionais.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que até 2011 seja necessário um mínimo de 490,6 bilhões de euros (R$ 1,36 trilhões), ou seja, 1% do PIB mundial, para financiar uma recuperação econômica sustentável mediante o investimento no "enverdecimento" de cinco setores-chave: construção civil, energia, transportes, agricultura e água.
Fonte: Enercons/ Lusa