Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
23/06/2009
Energia eólica é suficiente para suprir o mundo
Pesquisa de Harvard e de centro finlandês conclui que aerogeradores produziriam 5 vezes o consumo atual
O vento pode suprir as necessidades energéticas do mundo, segundo estudo publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). A notícia é um bom presságio para os defensores das fontes limpas de energia. A matriz eólica, como a solar, suscita esperanças na luta contra o aquecimento global.
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e do Centro de Pesquisa Técnica VTT, da Finlândia, dividiram o globo em áreas de 3,3 mil quilômetros quadrados. Analisaram, então, a velocidade do vento nas secções localizadas fora das zonas urbanas, das florestas e das geleiras, ou seja, onde seria possível instalar torres para capturar a energia do vento - os aerogeradores (mais informações nesta página).
Mesmo áreas no mar foram consideradas no estudo, mas limitadas a regiões onde a profundidade é inferior a 200 metros e a distância da costa não excede 92,6 quilômetros.
Os cientistas determinaram então a energia que poderia ser produzida em cada turbina eólica com base na velocidade local do vento, na densidade do ar, no possível espaçamento dos aerogeradores e no tamanho das hélices.
Os aerogeradores implantados em terra firme conseguiriam produzir o equivalente a 40 vezes o consumo mundial de eletricidade e cerca de cinco vezes o consumo de energia em todas as suas formas. Os pesquisadores consideraram para o experimento o uso de turbinas de 2,5 megawatts com aproveitamento médio superior a 20% durante o ano.
Nos Estados Unidos, por exemplo, seria possível produzir 16 vezes o consumo atual de eletricidade do país.
Um dos autores do estudo, Michael McElroy, da Universidade Harvard, considera essencial um esforço global para viabilizar o uso da energia eólica em todo o mundo. "Também seria necessário reformar o sistema de distribuição de eletricidade atual", aponta McElroy.
BRASIL
Se os cálculos para o Brasil estiverem certos, só os aerogeradores terrestres produziriam, no mínimo, cerca de 14 vezes a eletricidade consumida no País. Para os aerogeradores marítimos, a proporção seria mais modesta: cerca de três vezes as necessidades brasileiras de energia elétrica.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ênio Bueno, especialista em energia eólica, pondera que o estudo leva em conta apenas o potencial de aproveitamento dos ventos para geração de energia. "Seria preciso considerar também a viabilidade técnica em cada local e a viabilidade financeira", aponta. "Isso reduz muito a previsão dos pesquisadores." Estudo dos técnicos do Inpe, divulgado pelo Estado em janeiro, mostra que os ventos brasileiros podem atender mais de 60% do consumo nacional de energia de forma competitiva. Com o barateamento progressivo da tecnologia, o porcentual deve aumentar.
Atualmente, menos de 1% da energia consumida no país é gerada por vento.
Por: Alexandre Gonçalves
Fonte: Manchetes Sociambientais/ o Estado de S. Paulo