Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
10/12/2008
Crise econômica mundial não pode interferir na luta contra as mudanças climáticas
A crise econômica mundial está na pauta de todas as discussões da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que ocorre até o próximo dia 12 de dezembro na cidade de Poznan, na Polônia. A preocupação maior apontada por alguns dos representantes dos 192 países integrantes da Convenção é evitar que a crise financeira sirva de desculpa para diminuir os investimentos necessários para conter os efeitos negativos do aquecimento global, principalmente, os aportes relacionados às tecnologias limpas, como as energias renováveis.
"A crise financeira inclusive sublinha os perigos de ignorarmos os sinais de alerta. Com a questão climática não podemos repetir esse erro, pois nossa omissão poderá ter catastróficas conseqüências sociais e econômicas nas próximas décadas", afirmou o comissário de Meio Ambiente da União Européia, Stavros Dimas.
Na abertura da conferência, o presidente da Convenção do Clima da ONU, Yvo de Boer, também foi enfático em afirmar que a crise econômica global não pode abrir brechas para a implementação de projetos de "desenvolvimento sujos e baratos". Seu discurso foi fundamental para dar o tom necessário à evolução das negociações em Poznan. "Na primeira semana de negociações (a conferência ocorre entre os dias 1 e 12 de dezembro), as delegações concordaram que os investimentos necessários precisam ser mantidos", disse um representante do ministério do meio ambiente da França.
Como publicou o jornal britânico The Guardian, o premier chinês, Wen Jiabao, também foi enfático em afirmar que a crise econômica global não poderia servir de desculpa para a manutenção do que ele chamou de "modo de vida não sustentável" das populações dos países ricos. "Crise financeira não é desculpa para não agir contra as mudanças climáticas", afirmou Jiabao em clara menção de que os países ricos devem assumir seus compromissos em cortar emissões e apoiar países em desenvolvimento a implementar novas tecnologias limpas.
Suprir a crescente demanda mundial por energia com formas renováveis e não poluentes é uma questão vital para se conter o aquecimento global. Neste sentido, o presidente da Agência Internacional de Energia (IEA), Nobuo Tanaka, também foi enfático: "Temos que olhar a crise financeira global como uma oportunidade e não como um empecilho aos esforços de se conter os efeitos danosos das mudanças climáticas". Atualmente, a geração e consumo de energia são responsáveis por 61% das emissões de gases do efeito estufa no mundo, de acordo com dados da IEA.
Tanaka lançou na segunda-feira (8/12), em Poznan, o que ele batizou de "Clean Energy New Deal" (Novo Pacto para Energias Limpas), no qual deseja apoiar países a lanças pacotes de estímulos fiscais para a construção de infra-estrutura baseada em tecnologias limpas e energias renováveis. "A era do petróleo barato está acabada", enfatizou.
Por Juliana Radler, especial para a Envolverde/Rebia
Fonte: Envolverde/O autor