Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
13/07/2009
Lula põe o Brasil como parte do problema da crise do clima
A declaração sobre a crise do clima assinada pelos líderes das principais economias do mundo nesta quinta-feira (9), em L’Aquila na Itália, começa com uma afirmação grandiosa. “A mudanca climática é um dos maiores desafios desta era”, diz ela. Infelizmente, o resto do texto não dá qualquer pista sobre como eles pretendem enfrentá-la. O conteúdo da declaração é ora vago, ora tímido em relação aos planos dos governos de Estados Unidos, Rússia, Brasil, Inglaterra, Austrália, França, Itália, Austrália, Índia, China, México, Africa do Sul, Indonésia e Japão para combater o aquecimento global.
O texto revela também que os chefes de estado que formam o G5, grupo de economias emergentes que tem à frente Brasil, Índia e China, seguiram o caminho de seus colegas do G8, que reúne as economias desenvolvidas, e optaram por abdicar do papel de liderar o enfrentamento da crise climática. Até ontem, o G5 insistia que os países desenvolvidos, responsáveis pelo maior volume de emissões, deveriam cortá-las em até 40%. No entanto, ao assinarem um texto que não se compromete com metas de redução claras e tampouco dá números ou ordem de grandeza dos investimentos necessários para encarar a crise do clima, os governantes dos países em desenvolvimento dão mostras de que preferem, ao invés de forçar soluções, virar parte do problema.
“O Brasil e outros países em desenvolvimento adotaram o discurso de que o principal obstáculo para reverter a atual ameaça climática são os países ricos”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “Mas a declaração de hoje é a prova de que eles estão confortáveis com o impasse”. Afinal, era de se esperar que os líderes do G5 forçassem seus colegas a adotar uma posição mais concreta em relação à ações de combate ao aquecimento global, impondo metas de redução de emissões e de investimentos para enfrentar a situação. Aconteceu o contrário. Os líderes do G5 aceitaram subscrever promessas nebulosas.
Lula, em particular, que lidera o país que tem melhores condições para, num curto espaço de tempo, reduzir suas emissões de CO2, foi o líder que mais perdeu a chance de brilhar na arena mundial. Ele poderia ter se comprometido com metas para acabar com o desmatamento na Amazônia, uma das principais fontes de emissões do Brasil. Mas escolheu chancelar um texto que, no que diz respeito à questão de florestas, é tão vago quanto suas promessas de reduções industrias e de compromissos financeiros.
Limita-se a afirmar que os governos signatários da declaração darão passos no sentido de reduzir emissões causadas pelo desmatamento e degradação de florestas, sem dizer exatamente como pretendem andar neste ponto daqui para frente. “Esta declaração dos governos das principais economias do mundo mostra que nenhuma delas evoluiu em suas posições desde seu encontro no Japão, em julho do ano passado”, continua Furtado. “A apenas cinco meses da reunião de Copenhagem para discutir ações sobre o clima, essa parálise é preocupante”.
Por: Redação do Greenpeace
Fonte: Envolverde/Greenpeace