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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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18/07/2009

Amazônia terá torre da altura da Eiffel para monitoramento do clima


Com recursos assegurados da ordem de R$ 24 milhões, Brasil e Alemanha estão realizando um sonho acalentado pela comunidade científica desde a década de 1980: a implantação do projeto Observatório Amazônico de Torre Alta (ATTO, na sigla em inglês de Amazon Tall Tower Observatory), que implicará a construção de uma estrutura de 300 metros de altura, no meio da floresta. Reforçando a atual rede de 15 unidades de até 50 metros, a nova torre a ser edificada – com a mesma altura da Torre Eifel, em Paris – multiplicará as condições de monitoramento das mudanças climáticas na região, informou Antonio Ocimar Manzi, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa) e gerente do projeto pelo lado brasileiro. Manzi contou detalhes do projeto ATTO em uma conferência nesta quinta-feira (16/07), durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Manaus, AM.

Fruto de um convênio entre o Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha e o Ministério da Ciência e Tecnologia brasileiro, o Observatório fará a “escuta” da “conversa” da biosfera com a atmosfera. A torre de 300 metros será instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uatumã, em Presidente Figueiredo, município a cerca de 200 quilômetros de Manaus. Só existe uma experiência similar, na Sibéria. A torre de 300 metros será rodeada por quatro torres meteorológicas, de até 50 metros. Manzi estima que o sítio experimental do projeto terá vida útil de 20 a 30 anos.

Contando com parcerias de universidades e institutos da Alemanha, Brasil, Finlândia, EUA e Holanda, o Observatório terá em sua mira o efeito estufa, a documentação e quantificação das mudanças biogeoquímicas, os desmatamentos, as queimadas, as chuvas e a substituição das florestas por outras vegetações e por projetos agropecuários. Em resumo, os cientistas querem ver até onde a floresta amazônica se relaciona com o fenômeno do aquecimento global. A iniciativa é denominada pelos pesquisadores como “Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia”.

Os investimentos e custos de construção e operacionalização do projeto, explica o pesquisador do Inpa, serão compartilhados meio a meio por Brasil e Alemanha. Os R$ 12 milhões da parte brasileira sairão dos fundos setoriais transversais administrados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para acelerar o processo de implantação, a Alemanha já definiu os nomes de um gerente (Jürgen Kesselmeir) e o pesquisador-líder em Manaus (Jochen Schoengort). Do lado brasileiro, falta escolher o pesquisador-líder. Além da análise de solo e ambiente locais visando à construção da torre, a equipe está detalhando as linhas de pesquisa e o modelo operacional do ATTO. Com cronograma já aprovado e recursos garantidos, Ocimar Manzi espera que as torres fiquem prontas dentro de dois anos. Um dos desafios, assinalou, passa pela disponibilidade de energia elétrica.

Ainda de acordo com o gerente local, as chuvas e o estoque de carbono receberão atenção especial do Observatório. “A importância pode ser medida pelo fato de aqui, na Amazônia, chover o dobro do que a média mundial”, sublinhou Manzi. Destacou, igualmente, o grande estoque de carbono. “São 100 bilhões de toneladas na biomassa e outras tantas no solo, ou seja, vinte vezes mais do que o estoque mundial”.

A questão energética apresenta-se como uma preocupação estratégica dos parceiros envolvidos. “O complexo de torres propiciará, em síntese, as condições para a comunidade científica conhecer e dominar todos os mecanismos da camada de ozônio limite em escala planetária”, concluiu o pesquisador do Inpa.

Por: Moacir Loth
Fonte: AmbienteJá/ Agecom / EcoDebate


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