Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
10/10/2009
Enfrentando os alagamentos
A primavera que estamos vivendo trouxe índices elevadíssimos de chuva: Porto Alegre teve em 2009 o setembro mais chuvoso desde 1966. A média histórica da Capital, em setembro, é de 140 milímetros e neste ano tivemos 399,9 milímetros. E não só: Porto Alegre teve em 2009 o agosto mais chuvoso desde 1987. A chuva acumulada em agosto e setembro nas estações da Lomba do Pinheiro e de Belém Novo, do Sistema Metroclima, superou a metade da média histórica de precipitação do ano todo em Porto Alegre, que é de 1.347,4 milímetros. Por isso, a cada manhã, quando abrimos os jornais, ou ouvimos as notícias de rádio e TV, não conseguimos deixar de considerar o trabalho que a prefeitura está desenvolvendo na área de drenagem. Felizmente não temos visto a repetição de carros boiando e imagens de pessoas e veículos ilhados, algumas cenas “clássicas” produzidas por quaisquer enxurradas.
A prefeitura vem ampliando e qualificando os sistemas de drenagem, o que significa um avanço em relação aos problemas reclamados pela população de diversos bairros. Atacamos pontos críticos de alagamentos, concluímos projetos como o Conduto Álvaro Chaves, a maior obra de drenagem urbana de Porto Alegre; os 15 mil metros de redes pluviais implantados em 35 ruas de Porto Alegre beneficiam 120 mil moradores dos bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, Montserrat, Rio Branco, Bela Vista, Higienópolis, São Geraldo, Floresta e Navegantes.
Já realizamos inúmeras obras, e outras estão em andamento. São projetos de dragagem, desassoreamento, drenagem e colocação de redes pluviais nos bairros Ipanema, Lami, Tristeza, Hípica, Ponta Grossa, Centro, Santana e bacia de amortecimento de cheias no bairro Três Figueiras. Também trabalhamos na Zona Norte, no Sarandi, fazendo a drenagem da Rua Serafim Alencastro, uma reivindicação histórica dos moradores, onde foram implantados 353 metros de redes pluviais, 10 bocas de lobo, significando um custo de R$ 452,8 mil.
Explicitei aqui algumas obras para exemplificar o quanto a prefeitura de Porto Alegre tem investido nesta política pública para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Há quem diga que estas obras não são importantes, porque são obras que “não aparecem”, não são vistosas para a cidade. A não ser quando a chuva alaga e causa prejuízos. Na verdade, não é importante se estas obras “aparecem” ou não. O importante é que, silenciosamente, sem serem percebidas, elas significam muito no dia a dia da cidade, no cotidiano de cada família – e por isso elas são prioritárias para nós.
As intempéries e os excessos da natureza são inevitáveis. Há séculos vivemos, nos meses de setembro e outubro, um intenso regime de chuvas a que denominamos “as enchentes de São Miguel”, porque ocorrem em datas próximas ao dia dedicado a esse anjo. Porto Alegre, gradativamente, está sendo preparada para que possamos enfrentar sem sobressaltos esse fenômeno que pertence a nossa história.
Fonte: Artigo de José Fogaça, Prefeito de Porto Alegre/RS, publicado no jornal Zero Hora, de 10 de outubro de 2009.