Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
26/10/2009
Especialistas em estatística descartam 'esfriamento global'
Mesmo com anos recentes frios, década ainda é a mais quente em mais de um século; ano mais quente foi 2005
WASHINGTON - Uma análise das temperaturas globais realizada por estatísticos independentes mostra que a Terra ainda está se aquecendo e não, esfriando, como alegam alguns contestadores do aquecimento global.
A análise foi realizada apedido da agência de notícias Associated Press. Menções de uma tendência recente de resfriamento vêm se espalhando pela internet, alimentadas por alguns despachos noticiosos, novos livros e temperaturas que se mostram menores em anos recentes.
Os estatísticos, valendo-se de dois conjuntos de dados de temperatura, não encontraram uma tendência de queda das temperaturas ao longo do tempo.
Dados do governo dos Estados Unidos mostram que a década que terminará em dezembro deste ano será a mais quente dos últimos 130 anos e 2005, o ano mais quente já registrado.
A ideia de que a Terra pode estar esfriando vem, em parte, do clima recente. O ano passado foi mais frio que os anteriores. E já se passou algum tempo desde os anos Amis quentes de todos os tempo,s 1998 e 2005, sem que novos recordistas surgissem.
Em um teste cego, a AP deu dados sobre temperatura global a quatro estatísticos independentes e pediu que buscassem tendências nas séries numéricas, sem dizer aos especialistas a que os números se referiam. Eles não encontraram sinais de declínio na sequência.
"Se você olha para os dados e escolhe a dedo uma microtendência dentro de uma tendência maior, essa técnica é particularmente suspeita", disse John Grego, professor de estatística da Universidade de Carolina do Sul.
A despeito disso, a ideia de que há um resfriamento tem sido repetida em artigos de imprensa, em uma reportagem da BBC e em um novo livro dos autores do best-seller Freakonomics.
Na semana passada, uma pesquisa do Pew Research Center determinou que apenas 57% dos americanos acreditam que há forte evidência científica de aquecimento global, abaixo dos 77% de 2006.
Os céticos do aquecimento baseiam suas alegações em um ano de calor incomum, 1998. Desde então, dizem, as temperaturas têm caindo - uma tendência de resfriamento. Mas as coisas não são tão simples.
Desde 1998, as temperaturas caíram, aumentaram, caíram de novo e agora voltaram a subir. Registros mantidos pelo escritório meteorológico britânico e dados de satélite, usados pelos céticos, ainda mostram 1998 como o ano mais quente já registrado. Mas números da Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA) do governo dos EUA põem 2005 acima de 1998.
Os boatos recentes sobre resfriamento levaram a NOAA a reexaminar seus dados de temperatura. Nenhuma tendência de resfriamento foi encontrada.
A AP enviou a especialistas em estatística os dados anuais de mudança de temperatura dos últimos 130 anos e os 30 anos de dados de satélite que os céticos preferem.
Os estatísticos que analisaram os dados encontraram uma tendência clara de alta, década a década, nos números, mas não foram capazes de descobrir uma queda significativa nos últimos dez anos. As variações ano a ano da última década repetem a variação aleatória dos dados que se vê desde 1880.
Dizer que há uma tendência de queda a partir de 1998 não é uma afirmação científica legítima, disse David Peterson, professor aposentado da Universidade Duke e um dos analistas contatados pela AP.
Fonte: Associated Press
Foto: www.sxc.hu