Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
26/09/2008
Emergentes emitem 'mais da metade' de CO2, diz estudo
China ultrapassou EUA e é maior emissor; Índia passará Rússia e ficará em quarto.
Os países em desenvolvimento respondem atualmente por mais da metade das emissões de carbono do mundo, segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira pelo consórcio Global Carbon Project (GCP).
De acordo com o relatório Carbon Budget and Trends 2007 (Orçamento do carbono e tendências), até 2005 os países ricos eram os responsáveis pela maior parte das emissões de CO2 produzidas pelo homem.
"Hoje, os países em desenvolvimento respondem por 53% do total", dizem os cientistas.
Segundo o relatório, o maior aumento das emissões veio de países como China e Índia. Em 2006, a China ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior emissor mundial de carbono. E a Índia poderá se tornar em breve o quarto maior emissor ao passar a frente da Rússia, afirma o relatório do GCP.
O estudo aponta que as emissões de carbono contabilizaram 10 milhões toneladas em 2007. Sozinha, a queima de combustíveis fósseis respondeu por 8,5 bilhões de toneladas e o restante foi proveniente do uso inadequado da terra, principalmente do desmatamento.
O trabalho, assinado por oito cientistas, também concluiu que as emissões oriundas da queima dos combustíveis fósseis nos últimos sete anos são quatro vezes maiores do que as da década passada.
A devastação das florestas tropicais provocou emissões de 1,5 bilhão de toneladas de carbono no ano passado. América Latina e Ásia responderam por 600 milhões toneladas e a África por 300 milhões.
Degradação
Os números divulgados pelo GCP ainda mostram que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono aumentaram 2,2 partes por milhão (ppm) em 2007, atingindo 383 ppm. Em 2006, o aumento havia sido de 1,8 ppm.
Segundo os cientistas, ao atingir 383 ppm no ano passado, a concentração de CO2 estava 37% acima da que teria sido registrada em 1750, início da Revolução Industrial.
"A concentração atual é a maior nos últimos 650 mil anos e, muito provavelmente, nos últimos 20 milhões de anos", diz o documento.
O estudo, que será apresentado nesta sexta-feira em conferências simultâneas em Paris e em Washington, ainda concluiu que o índice anual de emissões aumentou desde o início do milênio.
Entre 2000 e 2007, o aumento médio anual das emissões foi de 2,0 ppm. Nos anos 70, este número foi de 1,3 ppm, na década de 80 de 1,6 ppm, e nos anos 90 de 1,5 ppm.
Ainda de acordo com o relatório, as bacias naturais, como oceanos e florestas, tiveram sua capacidade de seqüestrar carbono reduzida em 5% nos últimos 50 anos, uma degradação que, segundo os especialistas "continuará no futuro".
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