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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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25/11/2009

Brasil aumenta em 62% emissão de gases-estufa em 15 anos


Principais responsáveis são os setores de energia e indústria, além de mudanças no uso da terra e florestas
Poluição cobre o céu da cidade de São Paulo


BRASÍLIA - As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 62% entre 1990 e 2005, passando de 1,36 bilhão do toneladas para 2,2 bilhões, de acordo com os dados preliminares do segundo inventário brasileiro sobre mudanças climáticas. Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 25, à Comissão do Meio Ambiente do Senado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

Como em 2005 o mundo emitiu cerca de 50 bilhões de toneladas, a participação brasileira no total global é de cerca de 4% a 4,5%, com média de 4,2%. Rezende disse que não considera grave o aumento de 62% nas emissões de gases na atmosfera. "Comparado com o que é emitido pela China e pela Índia, é um índice pequeno", disse. Os dois países em desenvolvimento, segundo informações dos cientistas ligados ao estudo do aquecimento global, dobraram suas emissões de gases no período de quinze anos. Além do mais, os relatórios que fazem não são confiáveis. "Há grandes questionamentos internacionais quanto ao trabalho destes países", disse Sérgio Rezende.
O setor que mais emitiu dióxido de carbono (CO2) no Brasil nos últimos 15 anos foi o que tecnicamente é chamado de "mudança no uso da terra e florestas", que inclui o desmatamento na Amazônia e nos outros biomas brasileiros (Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas). Passou de 746 milhões de toneladas em 1990 para 1,268 bilhão em 2005 - em 2004 foi verificado um pico no desmatamento da Amazônia, com 27.423 quilômetros quadrados. Em seguida, houve queda acentuada no desmatamento da região. Com isso, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu trabalho no qual em 2007 e 2008 a emissão na Amazônia foi de 520 milhões de toneladas ao ano. Não estão computados aí os outros biomas. A emissão de gases de efeito estufa na Amazônia representa, segundo o Inpe, média de 1,5% do que é jogado na atmosfera anualmente por todos os países.

Proporcionalmente, o setor que mais emitiu no período de quinze anos foi o de tratamento de resíduos sólidos, de fora da meta voluntária do Brasil para a redução nas emissões, a ser apresentada à Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-15), que será realizada no mês que vem, em Copenhague, Dinamarca. Esse setor, que em 1990 emitiu 27 mil toneladas de CO2, jogou na atmosfera 48 mil toneladas, o que representa um crescimento de 77%. Dois setores reduziram proporcionalmente suas emissões nos quinze anos entre 1990 e 2005: industrial e agrícola. De acordo com cientistas que participaram das pesquisas para o inventário, duas são as razões: ou por conseguirem melhorar seus índices ou porque outros passaram a emitir mais.

As indústrias jogaram na atmosfera 26 mil toneladas de gases de efeito estufa em 1990 e 37 mil em 2005, caindo de uma participação de 2% para 1,7% no total brasileiro. E a agricultura, que em 1990 jogou na atmosfera 346 mil toneladas, contribuiu com 487 mil em 2005, numa participação que caiu de 25,4% para 22,1%. Para concluir o inventário a tempo de apresentar os dados na COP-15, o Ministério da Ciência e Tecnologia acionou 700 cientistas nos últimos três meses. Eles tiveram de analisar mais de 1 milhão de células de satélites para verificar a emissão do cerrado e quase igual número para a Amazônia. A rigor, o inventário não precisaria ser feito agora, porque o compromisso com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) é apresentar um novo em 2011. Mas, segundo Rezende, as críticas que vinham sendo feitos ao fato de o primeiro inventário ter somente os dados de 1994, principalmente pela ex-ministra Marina Silva (PV-AC),levaram o governo agir, sem se preocupar em responder às questões pela imprensa.

Rezende disse que o inventário será levado à consulta pública no ano que vem e que, pelas informações de que dispõe, se houver correção, será de cerca de 5% para mais ou para menos, porcentual menor do que o utilizado para os cálculos da emissão dos gases, que costuma ser de 15%. O ministro informou ainda que desde ontem todo o governo passou a trabalhar com os números fornecidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. "Desde hoje (ontem) até o ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalha com esses números", disse Rezende.


Fonte: Agência Estado


Foto: AE

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