Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
02/06/2010
Encontro debate desafios para modelo sustentável de transporte no Brasil
No último dia de conferências sobre mobilidade rodoviária sustentável da 10ª Edição do Challenge Bibendum, a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Branca Americano, participou da mesa-redonda Tecnologias de Ponta da Indústria Automotiva, Regulamentação do Setor de Energia e suas Contribuições ao Meio Ambiente.
Em sua apresentação, Branca destacou a importância do transporte rodoviário no Brasil, tanto para transporte de passageiros como para o de cargas, dado ao modelo de desenvolvimento assumido pelo País desde a década de 50, quando o então presidente Juscelino Kubistchek investiu de forma maciça na área automotiva.
Para se ter idéia, cerca de 60% do transporte de passageiros nas grandes cidades (acima de 60 mil habitantes) é feito por meio rodoviário, seja utilizando ônibus municipal, metropolitano, automóvel, motocicleta, trem ou metrô. Para as cargas, dados de 2009 da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que 61,09% são transportadas por meio rodoviário e 20,73% pelas ferrovias.
Frente ao cenário atual do País, com aumento da frota de veículos pesados, de passeios e motocicletas, o crescimento das emissões de gás carbônico (CO²) fóssil oriundo dos combustíveis de fontes não renováveis, no entanto, com a redução de emissões de monóxido de carbono (CO), a secretária acredita na continuidade e reforço das políticas públicas brasileiras que vêm investir em em alternativas que minimizem o impacto para as mudanças climáticas e permitam atingir a meta de redução de emissões prevista na Política do Clima sancionada no final do ano passado.
"Em relação aos combustíveis, a expectativa é aumentar a participação das fontes renováveis no mercado, como o biodiesel e o etanol, e melhorar a qualidade dos combustíveis", prevê Branca. Para o controle da frota de veículos, ela defende reforços para os programas de regulamentação e inspeção veiculares, como o Proconve [Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores], o Nota Verde e os programas estaduais e municipais de inspeção e manutenção dos carros.
Tudo isso sem esquecer dos investimentos imprescindíveis no sistema de Transporte, com implantação dos modais rodoviários, a gestão do sistema de transporte como um todo (rodovias e cidades), incluindo incrementos de melhoraria da circulação dos carros para diminuir a pressão do tráfego nas grande metrópoles.
De acordo com a secretária, o setor de transporte é responsável por 14% das emissões dos gases de efeito estufa, sendo que 72% emitidos pelo modal rodoviário, principalmente caminhões e ônibus, dos quais apenas 20% utilizam combustível renovável (álcool hidratado) em sua frota.
Outro dado preocupante, é a relação de passageiros transportados. Enquanto os coletivos transportaram 16,8 bilhões de pessoas entre 2008 e 2009, emitindo 2% de CO e 32% de CO², o carro individual ou motocicleta transportaram quase que igualmente 17 bilhões de passageiros, mas emitindo muito mais: 98% de CO e 68% de CO². "Isso mostra que precisamos definitivamente criar estímulos para viabilizar o transporte coletivo com eficiência para combater as emissões em geral", disse Branca.
Challenge Bibendum - O evento, organizado pela Michellin, termina do dia 3, no Rio de Janeiro e tem o objetivo de abordar questões ligadas ao transporte rodoviário, como fornecimento de energia, emissões de gás de efeito estufa, segurança rodoviária, poluição urbana e congestionamento. A ideia é mobilizar os representantes do setor para buscar o apoio necessário e colocar em prática soluções a favor da mobilidade rodoviária sustentável.
Em 2010 é a primeira vez que o encontro ocorre na América Latina, e a escolha da região deve-se à importância que o Brasil alcançou no cenário internacional. Durante os quatro de evento, os participantes puderam observar os testes técnicos e ralis para analisar, em primeira mão, as performances e o progresso das novas tecnologias, bem como conferir exposições de novas tecnologias, fóruns, mesas-redondas temáticas, concurso de design e sessões de demonstrações tecnológicas.
Fonte: ASCOM Ministério do Meio Ambiente/ Melissa Silva