Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
24/12/2008
Consórcio de usina do rio Madeira é multado
Obra causou a morte de 11 toneladas de peixes
A Superintendência do Ibama de Rondônia multou ontem a empresa Mesa (Madeira Energia S.A), responsável pela construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira. A empresa terá que pagar R$ 7,7 milhões por conta da morte de 11 toneladas de peixes em decorrência da primeira etapa da construção da hidrelétrica. A empresa poderá recorrer.
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) antecipou à Folha na semana passada que o governo aplicaria a multa. A Mesa é um consórcio formado por Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de participações criado pelo Santander e pelo Banif.
A legislação ambiental brasileira determina a pena de R$ 500 por quilo de espécime da fauna morto. No caso da Madeira Energia, que também terá que reparar a perda de 11 toneladas de peixes, a multa terá o acréscimo de 40% do valor por causa da gravidade do incidente ambiental. O Ibama reconhece que a construção de hidrelétricas costuma causar a morte de peixes, mas não nas dimensões registradas na obra da usina de Santo Antônio.
Ao ser informada sobre a multa, no final da tarde de ontem, a assessoria de imprensa da Madeira Energia informou que ainda não tinha recebido a notificação do Ibama.
A empresa tem direito à defesa e alega que a morte dos peixes se deve à grande quantidade de material em suspensão no fundo do rio e a uma "brusca" variação de temperatura no final da semana passada.
A Madeira Energia considera esses dois fatores como "não controláveis".
Seis toneladas perdidas
Segundo a empresa, a maioria dos peixes mortos era de pequeno porte. Entre eles estão sardinhas, branquinhas, peixes-cachorro, bicos-de-pato e bagres, espécie que protagonizou o polêmico processo de licenciamento ambiental das usinas do rio Madeira.
A operação de resgate dos peixes começou em outubro, um mês depois do início das obras da usina. Segundo a Madeira Energia, 70 toneladas de peixes ficaram retidas pelos diques, que represam as águas do rio onde ficarão as turbinas.
Do total de 70 toneladas, foram resgatadas e devolvidas ao Madeira 59 toneladas. Outras cinco toneladas foram congeladas e poderão ser doadas, após análise da vigilância sanitária. As outras seis toneladas foram consideradas perdidas.
Por: Sofia Pinheiro, da Sucursal de Brasília
Fonte: Folha de S. Paulo