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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

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06/01/2011

Mapeamento do Rio aponta 18 mil imóveis em áreas de alto risco


Prefeito diz que objetivo é fazer obras de contenção e não reassentamentos.
Líderes comunitários serão capacitados por curso da Defesa Civil.

Um mapeamento das encostas do Rio, realizado pela Geo-Rio, aponta que cerca de 18 mil imóveis, de 117 comunidades, correm alto risco de deslizamento. O estudo, inédito na cidade, foi apresentado nesta quinta-feira (6) e mostra o levantamento geotécnico de 196 comunidades.

“Depois das chuvas de abril vieram várias indagações. A vida inteira a gente ouve que a Geo-Rio tem mapeamento, mas o mapeamento era pouco estruturado”, afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Segundo ele, ainda não é possível identificar o número de famílias em risco, já que o mapameanto foi feito do alto, de helicóptero, com imagens aéreas.

Regiões com mais risco

O mapeamento, que utilizou novas tecnologias como levantamento a laser dos terrenos, teve início após as chuvas de abril de 2010 e foi concluído na última semana. A área mais crítica da cidade é o Maciço da Tijuca. Toda essa região foi mapeada, assim como as adjacências, o que abrange 52 bairros das Zonas Norte, Sul, Oeste e Centro do Rio.

As 10 regiões que mais correm risco de escorregamento em encostas, de acordo com o estudo são: Rocinha, com a estimativa de 1.655 imóveis em risco; Morro do Alemão, com 1.025 casas em risco; Morro do Borel (990); Barão, na Praça Seca (740); Morro do Urubu, em Pilares (545); Bispo, no Rio Comprido (480); Joaquim de Queiróz, no Alemão, (460); Morro dos Macacos, em Vila Isabel, (380); Morro do Vidigal (370); e o Morro da Formiga, na Tijuca (370).

O levantamento também engloba áreas formais da cidade, já que o Maciço da Tijuca tem acesso através de bairros como Cosme Velho, Laranjeiras, Humaitá, Jardim Botânico, São Conrado, Boa Vista, Barra da Tijuca e Santa Teresa. A prefeitura informou que nesses casos, por serem área particular, os proprietários do terreno em área de risco serão notificados a executar o projeto sugerido pela Geo-Rio.

O prefeito disse ainda que o mapeamento permite que a cidade tenha uma previsão mais adequada neste verão. “Vai permitir que a cidade faça políticas públicas mais sérias e faça com que a cidade, não imediatamente, mas que a gente possa parar de sofrer todo ano com aquilo que a cidade sofre, com pessoas morrendo em qualquer chuvinha”, disse Paes.

No estudo, o texto diz que são 21 mil imóveis em alto risco de deslizamento, porém a prefeitura afirmou que cerca de 3 mil dessas moradias já passaram por obras de contenção durante o ano de 2010 e já não correm mais riscos. Para o ano de 2011, estão planejadas obras em cerca de 2.500 moradias.

Estudo será entregue à Dilma

Paes ressaltou que essas famílias que correm risco de perder suas casas atualmente não serão necessariamente removidas. O principal objetivo, segundo o prefeito, é realizar obras para permitir que essas pessoas permaneçam em suas casas. “Se não tiver jeito, aí sim será feito o reassentamento”, afirmou.

Entretanto, já há previsão de reassentamento na comunidade do Chapéu Mangueira, no Leme, na Zona Sul. De acordo com Paes, um prédio será construído, através do projeto Morar Carioca, para famílias que estão desabrigadas. “Mas a absoluta maioria é de não reassentamento”, afirmou o prefeito.

Paes também disse que levará o estudo à presidente Dilma Rousseff para solicitar verbas para as novas obras. O valor, no entanto, ainda não foi definido.

Presidentes de associações terão novas responsabilidades

Nesta manhã, o prefeito se reuniu com 85 lideranças de 117 comunidades para entregar um relatório fotográfico da área de alto risco do local, um manual de orientação da Defesa Civil e ainda um celular para falar diretamente com a Defesa Civil e ainda receber alertas.

As mensagens avisarão sobre a previsão de chuvas e darão alerta de riscos de desabamento, para que os moradores sejam deslocados para pontos de apoio.

De acordo com a prefeitura, a partir da próxima semana mais de 1.200 pessoas, a maioria líderes comunitários, serão treinadas e capacitadas pela Defesa Civil.

Roberta Ferreira, presidente da associação de moradores do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio, disse que está otimista com a nova responsabilidade. “Passei o perrengue dessas chuvas, no Borel foram 200 famílias desabrigadas. A gente tem que prevenir esses acontecimentos, vamos avisar com altos falantes e vamos nos preparar para quando a chuva vier não ter mortes”, afirmou.

Segundo ela, o Borel te 20 mil moradores. No período das chuvas de abril de 2010, três pessoas morreram em deslizamentos.


Fonte: Carolina Lauriano, do G1 RJ


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