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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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11/03/2013

Mudanças climáticas atuais são as mais rápidas em 11 mil anos


Estudo publicado na revista Science afirma que as temperaturais estão mais elevadas do que em qualquer momento nos últimos quatro mil anos e que a taxa de aquecimento está acima de todas as registradas desde a Era do Gelo

O clima está sempre em transformação, e esse conceito confunde muitas pessoas, que imaginam que as mudanças climáticas atuais seriam um fenômeno inédito. O que na realidade há de inédito no clima no momento é a velocidade com a qual ele está se transformando e como a direção na qual está seguindo não faz sentido sem que seja considerada a ação humana.

É justamente por trazer a constatação dessas afirmações que o estudo “A Reconstrução das Temperaturas Regionais e Globais para os Últimos 11.300 Anos”, publicado nesta semana na revista Science, é tão importante.

Os pesquisadores, liderados por Shaun Marcott, da Universidade do Oregon, analisaram fósseis de pequenos organismos marinhos para reconstruir as temperaturas até o fim da última Era do Gelo. Trata-se da maior linha histórica para as temperaturas médias do planeta já representada.

Os dados apontaram que as temperaturas médias atuais são as maiores em quatro mil anos e que o globo estava em uma tendência de resfriamento até as primeiras décadas do século XX, quando, subitamente e numa taxa nunca antes vista, começou uma curva ascendente das temperaturas.

“É mais uma evidência de que o aquecimento global atual não é natural, mas sim o resultado do aumento das emissões de dióxido de carbono desde o início da Revolução Industrial”, afirmaram os autores.

Segundo o estudo, o planeta foi se aquecendo devagar depois da Era do Gelo, sendo que as temperaturas chegaram a um pico por volta de 9.500 anos atrás, quando atingiram uma elevação de cerca de 0,6ºC acima do ponto inicial.

Então, pelos 5.500 anos seguintes as temperaturas se mantiveram estáveis, quando por volta de 1850 começaram a cair. A queda foi de 0,7ºC. A década entre 1900 e 1910 foi a mais fria dos últimos 11.300 anos.

A razão pela qual o planeta aqueceu e depois começou a resfriar tem a ver com mudanças no eixo da Terra e de sua distância do sol, apontam os pesquisadores.

“Se formos levar em conta apenas as condições naturais, essa tendência de esfriamento deveria ter sido mantida e estaríamos agora rumando para uma nova Era do Gelo”, declarou Marcott.

Porém, não foi isso que aconteceu, e a partir de 1910 o que os registros apontam é um aquecimento sem precedentes e que encontra sua única explicação, até agora, nas emissões humanas.

“Apenas 100 anos depois da década mais fria em 11.300 anos, nós vivemos a mais quente [2000 a 2010]. Assim, em um século fomos do fim do espectro mais frio para o fim do espectro mais quente. Não há registros anteriores de uma mudança tão rápida. Mesmo as temperaturas no fim da Era do Gelo não se alteraram tão velozmente”, afirmou Marcott.

O pesquisador aponta que estamos com as temperaturas mais elevadas dos últimos quatro mil anos, pelo menos, e que já está quase tão quente quanto o período mais aquecido dos últimos 11 mil anos.

Michael E. Mann, climatologista da Universidade da Pensilvânia e autor do famoso gráfico ‘taco de hockey’ (ao lado), afirmou que o novo estudo “é mais um importante avanço que nos ajuda a entender as mudanças climáticas”.

O perigo, segundo Mann, está na velocidade das atuais transformações no clima. “Nós e outros seres vivos podemos nos adaptar a mudanças mais lentas. A taxa sem precedentes de aquecimento que estamos vendo é muito preocupante e representa uma grande ameaça para a sobrevivência de muitas espécies e coloca uma grande pressão na civilização”.

Fonte: Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil


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