Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
08/01/2009
Máquina ajuda a evitar queimadas agrícolas na Amazônia
Trituradeira permite abertura de áreas para plantio sem utilização de fogo.
Técnica garante mais produtividade e menos danos ao meio ambiente.
Grande parte dos incêndios registrados na Amazônia vem das queimadas agrícolas: para limpar o terreno, produtores ateiam fogo à capoeira – mata rala que rebrota em local já desmatado – e as chamas acabam atingindo área de floresta.
Uma solução proposta pelo projeto Tipitamba, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é a utilização de uma máquina trituradeira, puxada por um trator, que limpa o terreno sem a necessidade do fogo. “A biomassa [folhas e galhos triturados] serve de adubo orgânico, para conservação do solo e como material de cobertura”, explica o pesquisador Osvaldo Kato, coordenador do projeto.
Segundo Kato, como os solos na Amazônia são muito pobres, é necessário um tempo de descanso entre cada plantio. No nordeste paraense, onde ele trabalha, a técnica tradicional é plantar uma safra, deixar o terreno descansar por cerca de 10 anos e depois atear fogo à vegetação que nasceu ali, para plantar novamente. Com a trituração da capoeira, seria possível cultivar duas safras seguidas, e o tempo de descanso cai para cinco anos. “Isso possibilita reduzir a abertura de novas áreas no ano seguinte”, conta.
Como as máquinas para a trituração são caras – os equipamentos podem custar entre R$ 20 mil e 200 mil, sem contar o trator –, Kato treina grupos de agricultores para que utilizem as máquinas em conjunto. Além de significar economia na compra e manutenção dos equipamentos, a união de produtores diminui o risco dos incêndios. “Se o vizinho usa fogo e não tem cuidado, pode causar um prejuízo muito grande ao vizinho que está aderindo [à técnica da agricultura sem queimada]”.
Uma outra sugestão do pesquisador para que pequenos agricultores possam ter acesso às máquinas é incorporá-las às patrulhas mecanizadas das prefeituras. Essas patrulhas são um conjunto de equipamentos agrícolas utilizados para ajudar os produtores menores e fazer pequenas obras.
Perda de nutrientes
Além de trazer prejuízos ao meio ambiente, como incêndios florestais e emissão de gás carbônico, as queimadas agrícolas também destroem nutrientes importantes do solo. “Perdemos 93% do nitrogênio, que volatiliza. Potássio e o fósforo também se perde praticamente pela metade nas cinzas levadas pelo vento”, conta Kato.
Todos os focos de incêndio da Amazônia podem ser vistos em tempo real por meio do mapa interativo do Globo Amazônia, que também mostra os pontos de desmatamento e permite que internautas protestem contra a destruição da floresta.
Fonte: AmbienteJá/Globo Amazonia