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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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23/03/2014

Amazônia absorve mais carbono do que emite e ajuda a frear aquecimento


Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia tem evitado que os efeitos do aquecimento global sejam mais intensos em todo o mundo, graças a sua capacidade de absorver mais dióxido de carbono (CO2) do que emite, fator que ajuda a frear as mudanças climáticas.

A conclusão consta de um novo estudo feito pela Nasa em parceria com diversas universidades e instituições como a Embrapa – e soluciona uma questão que envolve a vida e a morte das árvores da floresta: o equilíbrio global de carbono.

Ao crescerem, as árvores absorvem CO2 da atmosfera e estocam o gás no caule, ao passo que ao morrerem liberam o gás de efeito estufa de volta pela decomposição. A questão que por muito tempo intrigou os cientistas era saber o saldo dessa relação.

Publicada na terça-feira, 18 de março, na revista Nature Communications, a pesquisa é a primeira a medir as mortes de árvores causadas por processos naturais em toda a floresta amazônica, mesmo em áreas remotas.

Metodologia do estudo

O principal autor do estudo, Fernando Espírito Santo, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, criou novas técnicas para analisar por satélite o ciclo amazônico. Ele descobriu que a cada ano, as árvores amazônicas mortas emitem cerca de 1,9 bilhão de toneladas de carbono para a atmosfera.

Para comparar isso com a absorção de carbono da Amazônia, os pesquisadores usaram censos de crescimento da floresta e diferentes cenários de modelagem.

Em todos os cenários, a absorção de carbono pelas árvores vivas compensa as emissões das árvores mortas, indicando que o efeito predominante em florestas naturais da Amazônia é a absorção.

Até agora, os cientistas só tinham sido capazes de estimar o balanço de carbono da Amazônia a partir de observações limitadas em áreas florestais pequenas chamadas parcelas.

Tempestades intensas

Nessas parcelas, a floresta retira mais carbono do que emite, mas a comunidade científica tem debatido o quão bem as parcelas representam todos os processos naturais na vasta região amazônica.

Esse debate começou com a descoberta, na década de 1990, de que grandes áreas da floresta podem ser “abatidas” por tempestades intensas em eventos chamados blowdowns.

Ao correlacionar dados de satélite e instrumentos de observações terrestres, o pesquisador e seus colegas elaboraram métodos para identificar árvores mortas em diferentes tipos de imagens de sensoriamento remoto.

“Nós descobrimos que grandes distúrbios naturais – o tipo não capturado por parcelas – têm apenas um efeito pequeno sobre o ciclo do carbono em toda a Amazônia”, destacou Sassan Saatchi de JPL, um dos co-autores do estudo.

A cada ano, cerca de 2% de toda a floresta amazônica morre de causas naturais. Os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 0,1% dessas mortes são causadas por blowdowns.

Os pesquisadores analisaram apenas os processos naturais no ciclo de vida das árvores. Ficou de fora, por exemplo, os resultados das atividades humanas, como o desmatamento e queimadas, que variam rapidamente com a mudança das condições politicas e sociais da região.

Fonte: EcoD / Mercado Ético


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