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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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14/04/2014

IPCC: mitigar as mudanças climáticas custaria menos do que se pensa


Cientistas apontam que ao custo de 0,06% do crescimento econômico anual do planeta seria possível adotar as tecnologias e ações necessárias para limitar o aquecimento global em dois graus Celsius

Não será uma tarefa fácil, porém ainda podemos evitar as piores consequências das mudanças climáticas se desde já colocarmos em prática medidas como a expansão do uso de fontes limpas de energia e melhorias nos processos industriais.

Essa é a principal mensagem do relatório Mitigação da Mudança Climática, apresentado neste domingo (13) pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Segundo o documento, mesmo com todos os debates climáticos e com o tema do aquecimento global ocupando cada vez mais a agenda dos líderes mundiais, as emissões de gases do efeito estufa aceleraram na última década, aumentando 2,2% por ano entre 2000 e 2010. A velocidade entre 1970 e 2000 era de 1,3% ao ano.

"Políticas climáticas que pretendam manter o aquecimento em 2oC precisam mirar um corte substancial nas emissões. A mensagem da ciência é clara: para se evitarem interferências perigosas no sistema climático, temos de mudar de abordagem, sair do business as usual", afirmou Ottmar Edenhofer, co-presidente do Grupo de Trabalho III do IPCC, responsável pelo relatório.

O Mitigação da Mudança Climática foi escrito por 235 autores de 57 países e contou com a colaboração de mais de 38 mil comentários. O trabalho reúne tudo o que foi produzido pela comunidade científica nos últimos anos sobre as maneiras de reduzir os impactos das mudanças climáticas.

Apesar de salientar que as emissões estão crescendo, o relatório traz como boa notícia a constatação de que ainda podemos evitar as piores consequências do aquecimento global e que o custo disso é muito menor do que as pessoas pensam.

De acordo com o IPCC, reduzir as emissões até um nível que limite o aquecimento em 2oC até 2100 custaria ao planeta 0,06% de seu crescimento econômico anual, em um cenário no qual a economia mundial crescesse entre 1,3% a 3% ao ano.

Esse custo seria proveniente da colocação em prática de medidas como o maior uso de fontes limpas de energia, de melhores tecnologias para a queima de combustíveis fósseis, mudanças nos hábitos das pessoas e de transformações no uso da terra, como políticas para reduzir o desmatamento.

"Muitos caminhos diferentes ainda estão disponíveis para limitar o aquecimento global a 2oC. Mas todos eles precisam de investimentos substanciais, e adiar esses investimentos significa que os custos irão subir (...) Temos uma janela de oportunidade de uma, talvez duas décadas", declarou Edenhofer.

"Nós já temos os recursos financeiros e as tecnologias necessárias para fazer o que é preciso. O desafio é aumentar a velocidade e a escala das ações e utilizar de maneira eficiente as ferramentas de cooperação internacional. Todos que podem fazer a diferença devem se engajar: empresas e investidores, cidades e cidadãos e, é claro, os governos", disse Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

"O que está evidente é que o trem da mitigação deixará a estação muito em breve, e toda a sociedade precisa correr para embarcar", reforçou Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.

Se nada for feito e continuarmos apenas com as políticas climáticas já existentes, o IPCC prevê um aquecimento de 3,7oC a 4,8oC até 2100.

Quinta avaliação

O Mitigação da Mudança Climática é a terceira e última parte da quinta grande avaliação do IPCC (Fifth Assessment Report – AR5), que deverá ser apresentada oficialmente durante a Conferência do Clima de Lima (COP 20), no Peru, em dezembro.

A primeira parte, Base Científica da Mudança Climática, foi publicada em dezembro do ano passado e afirma que é extremamente provável que mais da metade do aumento das temperaturas médias na superfície global entre 1951 a 2010 tenha sido causada pela maior concentração de gases do efeito estufa na atmosfera resultante das atividades humanas.

A segunda, Impactos da Mudança Climática, Adaptação e Vulnerabilidade, foi divulgada em março e destaca que os impactos das mudanças climáticas já afetam agricultura, ecossistemas, recursos hídricos, oceanos, setores econômicos e a saúde humana.

O IPCC aproveitará os próximos meses para unir esses três documentos no formato da AR5, produzindo tabelas, infográficos e imagens que ajudem no entendimento do seu conteúdo. Assim, a AR5 será a reunião de tudo o que sabemos sobre as mudanças climáticas atualmente.

O IPCC recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007 pela AR4 e pelos seus serviços prestados para a popularização do tema das mudanças climáticas.

Fonte: Fabiano Ávila / Instituto CarbonoBrasil


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