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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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14/01/2009

Gado na Amazônia aumentou 88% em 16 anos, alerta estudo


Crescimento foi motivado pela ocupação de terras ilegais e créditos subsidiados.

Relatório divulgado nessa terça-feira (13/01) pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon) mostra que o rebanho bovino na Amazônia Legal representa 36% do gado em todo o país, um crescimento de 88% entre 1990 e 2006. Denominado "A Pecuária e o Desmatamento na Amazônia na Era das Mudanças Climáticas", o estudo revela que a pecuária é a principal ocupação das áreas desmatadas na Amazônia e que deve ser prioridade das políticas públicas para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

"Entender a pecuária é peça chave para entender o desmatamento", comenta um dos pesquisadores responsável pelo estudo, Paulo Barreto. Segundo ele, um dos fatores importantes para entender a expansão é o crédito subsidiado. "Tem fatores bem regionais ligados aos créditos subsidiados, mesmo que esse crédito não seja destinado oficialmente existem estudos mostrando que tem uma relação com o desmatamento", afirma Barreto.

Outro fator considerado chave para entender a expansão da cultura é a ocupação irregular da região, "nas fronteiras da Amazônia a pessoa forma uma fazenda e começa a atividade ocupando uma terra pública indevidamente, isso faz com que o lucro seja anormal e facilita uma expansão maior na região" esclarece o pesquisador.

Para Barreto, a perspectiva é que a demanda mundial por carne seja ainda maior. "A tendência é que aumente, porque há países que estão crescendo economicamente e que estão consumindo mais carne", afirma ele, baseando-se nas projeções da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

De acordo com o pesquisador, é possível encontrar uma solução para aumentar a produção sem que seja preciso desmatar novas áreas. O governo vem tomando essas ações, mas em 2006, as medidas para reduzir o desflorestamento tiveram poucos resultados, pois a redução da taxa de desmatamento foi concomitante à queda de preços do gado e/ou da soja, segundo aponta o relatório. O aumento do desmatamento no fim de 2007, associado ao aumento de preço do gado e soja, levou o governo federal a reforçar medidas contra o desmatamento em 2008. Barreto afirma que em junho e julho estas medidas começaram a repercutir, mas que ainda não existe um estudo sobre isso.

Destino da carne

A produção de carne a partir de gado da Amazônia ficou em torno de 2,8 milhões de toneladas em 2005, segundo o estudo. Estima-se que os frigoríficos que passaram pelo Serviço de Inspeção Federal destinaram 95% da produção para o mercado nacional e 5% para outros países.

Dois milhões de toneladas, ou 71%, foram processados por 65 frigoríficos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) conforme o levantamento de campo realizado em 2005 e o restante, cerca de 800 mil toneladas, foi comercializado como boi vivo e a carne processada por frigoríficos com inspeção estadual e por matadouros informais.

Leia o estudo A Pecuária e o Desmatamento na Amazônia na Era das Mudanças Climáticas -

Por: Aldrey Riechel, do Amazônia.org.br
Fonte: Envolverde/Amazônia.org.br


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