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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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15/01/2009

Países árabes buscam liderança em renováveis


Para continuar como a principal fornecedora de energia para o mundo, a região do Golfo Pérsico investe fortunas em novas tecnologias que substituam os combustíveis fósseis.

Emirados Árabes, Qatar e Arábia Saudita são grandes produtores de petróleo e apresentam algumas das maiores pegadas de carbono do mundo, o que aparentemente os torna locais improváveis para a busca de novas fontes de energia. Porém, é lá mesmo, no meio do deserto, que milhões de petrodólares estão se transformando em pólos de pesquisa, uma espécie de oásis das energias renováveis.

Numa região onde o litro da gasolina custa 12 centavos de dólar e quase não existe transporte público ou reciclagem, por que se preocupar com novas fontes energéticas? A resposta vem do fato de que os líderes desses países entendem muito bem de duas coisas: energia e dinheiro. Eles já perceberam que o petróleo é um recurso finito e ainda pode se tornar desvalorizado diante de novas energias.

“Abu Dhabi é um exportador de petróleo, e nós queremos ser um exportador de energia, e para isso, teremos que ser os melhores do mundo nas novas fontes energéticas”, afirmou o diretor de Masdar, Khaled Awad, em entrevista ao jornal britânico Herald Tribune.

Masdar é provavelmente o melhor exemplo desses enormes investimentos em energias renováveis. Trata-se de uma cidade-laboratório, localizada nas cercanias de Abu Dhabi, totalmente projetada para ter emissões zero de carbono e ser ainda um centro de pesquisas e testes. Lá os automóveis serão substituídos por veículos elétricos, que irão trafegar por vias subterrâneas e sem motoristas. A superfície será exclusiva para os pedestres.

Além dos investimentos locais, os países do Golfo Pérsico estão também financiando pesquisas em universidades de todo o mundo. Apenas um cientista da Universidade de Stanford recebeu US$ 25 milhões para transformar a energia solar em uma fonte competitiva com o carvão. Outros US$ 8 milhões foram para um pesquisador de Berkeley, que está buscando o desenvolvimento de um concreto ecologicamente correto.

Existem ainda acordos semelhantes com o Caltech, Cambridge, Cornell, Imperial College, Sapienza, Oxford e Utrecht, entre outras instituições. Alguns pesquisadores dessas próprias universidades questionam se essas fontes de recursos são éticas, uma vez que vem de países com pouco respeito aos direitos humanos e liberdades individuais.

Fórum

Com todos esses investimentos, a região já conseguiu ao menos se estabelecer como um foco de decisões políticas sobre novas energias. No próximo dia 19, em Abu Dhabi, começa o segundo Fórum Mundial de Energia do Futuro, que já se consolidou como uma espécie de Davos para as energias renováveis.

A lista de convidados deste ano inclui o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, assim como as principais autoridades em energia da União Européia, Omã, Bahrain e dos Emirados Árabes Unidos. Também estarão presentes representantes de centenas de empresas, da British Petroleum a Credit Suisse, o que transformará o encontro em um enorme balcão de negócios.

Fonte de poder mundial

Todo esse investimento em novas energias apresenta grandes benefícios para um futuro mais sustentável, trazendo muitas tecnologias para o cotidiano das pessoas. Porém, no mundo complexo das disputas geopolíticas, manter o Golfo Pérsico como principal fornecedor de energia pode ainda se revelar uma aposta perigosa, já que a região é famosa por seus conflitos e está longe de ser um paraíso da democracia.

Nem com a eleição de Barack Obama, que apresenta uma política mais favorável para as energias renováveis, parece que os EUA serão capazes de competir com os árabes. Apenas o mais rico dos reinos que formam os Emirados Árabes Unidos irá investir US$ 15 bilhões no setor nos próximos anos, mesmo valor que Obama prometeu para todos os EUA.

“Os norte-americanos podem perder facilmente a liderança nas descobertas de novas tecnologias” afirmou Peter Barker-Homek, executivo-chefe da Taga, a companhia nacional de energia de Abu Dhabi. “Aqui nós temos baixos impostos, uma população jovem, acesso ao mundo inteiro, recursos naturais abundantes - faz sol 365 dias por ano - e a vontade de investir grandes somas de capital sem temor”, concluiu.

Por: Fabiano Ávila
Fonte: CarbonoBrasil/Envolverde
* Com informações do Herald Tribune


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