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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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27/01/2009

Economia “verde” ajuda luta contra mudanças climáticas


Bruxelas – Novos dados revelados hoje mostram que a mudança para uma economia global “verde” poderia não somente proteger o planeta dos piores efeitos das mudanças climáticas, mas também seria surpreendentemente acessível em termos de custos financeiros.

Caminhos para uma Economia de Baixa Emissão de Carbono – um novo estudo da McKinsey & Co – demonstra que o aquecimento global pode ser mantido abaixo do crescimento de 2º C e que fazê-lo está perfeitamente dentro de nosso alcance. Os estudos trazem detalhes de custos do corte das emissões de carbono, mas deixa claro que somente tomando atitudes agora seria possível evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

De acordo com a Rede WWF – um dos patrocinadores do relatório – os líderes mundiais têm agora toda a informação necessária para o desenho de um acordo global sobre o clima tanto para países desenvolvidos como para os em desenvolvimento.

O estudo – um dos maiores e mais detalhados do gênero já realizados – lista mais de duzentas oportunidades, em dez setores e 21 regiões geográficas, que poderiam, até 2030, contribuir para o corte das emissões globais de gases de efeito estufa para cerca de 40% abaixo dos níveis de 1990.

Até 2030, energias solar, eólica e de outras fontes renováveis poderiam contribuir com até um terço de toda a demanda global; eficiência energética poderia reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de ¼; e as emissões oriundas do desmatamento de florestas tropicais – atualmente um quinto das emissões globais – poderiam ser praticamente eliminadas. E tudo isto a um custo de menos de 0,5% do Produto Interno Bruto Global.

O relatório mostra que 2/3 do potencial de emissões globais se encontra em países em desenvolvimento. No caso de países com alta taxa de cobertura florestal, onde o desmatamento represente uma grande parte das emissões atuais, como o Brasil, por exemplo, a redução pode chegar em até 70% quando comparadas ao cenário projetado para 2030. Estes números significam que, na América Latina, as emissões podem ser até 45% menores do que as emissões em 1990.

“O estudo da McKinsey demonstra, de uma vez por todas, que adotar atitudes contra as mudanças climáticas é tão urgente quanto economicamente viável”, disse o diretor geral da Rede WWF, James Leape. “Os dados demonstram claramente que não somente é possível adotarmos uma economia de baixa emissão de carbono, mas que os custos para tal são administráveis. A adoção destas medidas representa um grande passo para evitar os efeitos nocivos das mudanças climáticas”, acrescentou.

Durante o lançamento do relatório, em Bruxelas, Leape lembrou que, agora, ao investir na reconstrução da economia global, os governos têm a oportunidade única e imperativa de construir uma economia de baixa emissão de carbono que irá tanto criar empregos como estabilizar o clima. “As tecnologias e modelos de produção de baixa emissão já existem e fazem sentido tanto ambiental quanto economicamente”, disse.

Cessar o desmatamento na Amazônia em sete anos foi a proposta do Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, apresentado por nove organizações não-governamentais, inclusive o WWF-Brasil, no ano passado. O Pacto pressupõe o estabelecimento de um regime de metas anuais de redução progressiva da taxa de desmatamento da Amazônia, que seria zerada em 2015. Para isso, as ONGs estimam serem necessários investimentos da ordem de R$ 1 bilhão por ano, vindos de fontes nacionais e internacionais como incentivos para a Redução de Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação florestal (REDD).

Na área de energia, já em 2006, o WWF-Brasil lançou a Agenda Elétrica Sustentável 2020, um estudo de cenários que prevê economia de R$ 33 bilhões para os consumidores, diminuição no desperdício de energia de até 38% da expectativa de demanda, geração de 8 milhões de empregos, estabilização nas emissões dos gases causadores do efeito estufa e afastar os riscos de novos apagões se o cenário Elétrico Sustentável for aplicado no Brasil até 2020. “Este trabalho da McKinsey corrobora as informações com as quais viemos trabalhando todo este tempo – é mais barato e sustentável investir no combate/controle do desmatamento, em eficiência energética e energia renovável, além de gerar mais empregos em um período crucial de ações.” afirma a secretária geral do WWF-Brasil, Denise Hamú.

“Quando os líderes mundiais se reunirem em Copenhagen, em dezembro, para o acordo global sobre mudanças climáticas, não terão qualquer desculpa para a inação. O mundo estará de olho e na expectativa de que aqueles líderes adotem medidas que conduzam à economia de baixa emissão, dando oportunidade a que se mantenha o aquecimento global abaixo dos críticos 2º C”, completa Hamú.

O estudo da McKinsey foi exaustivamente revisado por cientistas, economistas e grupos de especialistas, incluindo o WWF. Ele apresenta as descobertas na forma de uma “curva de redução de custos”, que ilustra graficamente os setores onde as melhores relações custo-benefício das emissões podem ser alcançadas, incluindo a economia de: 14 bilhões de toneladas de CO2 pela substituição, entre outras coisas, dos combustíveis fósseis para produção de energia elétrica por fontes existentes e comprovadamente limpas; 14 bilhões de toneladas pelo uso mais sustentável do solo na agricultura e no setor florestal; e 11 bilhões com a eficiência energética. O estudo identifica um potencial de outros 9 bilhões de toneladas de emissões cuja redução é mais cara ou envolve mudanças de hábitos, que são difíceis de quantificar.

“Esperamos que este trabalho seja um subsídio para nossos governos e empresas ao redefinirem suas políticas públicas e de negócios. Não há mais tempo para esperar, nem motivos” conclui a secretária geral do WWF-Brasil.

Faça o download do relatório em inglês

Fonte: AmbienteJá/WWF


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