Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
17/02/2009
Ar puro acelera aquecimento global, diz estudo
Uma pesquisa suíça sobre o clima revela um paradoxo: a metade do aumento da temperatura global dos últimos 25 anos se deve aos gases do efeito estufa e a outra metade à purificação do ar. As medidas de despoluição do ar implementadas na Europa nas últimas décadas reduzem o efeito de resfriamento sobre a Terra, conclui um estudo do Serviço Suíço de Meteorogia, que prevê também uma desaceleração do aquecimento na Europa.
Uma equipe de cientistas do MeteoSwiss chefiada por Rolf Philipona analisou os efeitos dos aerosóis liberados pelo ser humano sobre o clima na Suíça e na Alemanha. Aerosóis são partículas suspensas em gás, como por exemplo, fuligem ou composições de enxofre, que refletem a luz solar e assim resfriam um pouco a Terra.
Na Europa, a poluição do ar pelo trânsito e pela indústria aumentou muito após a Segunda Guerra. Isso teve um efeito retardador da simultânea mudança climática através dos gases de efeito estufa.
De 1950 até 1980, as temperaturas na Europa continental até cairam um pouco, conformem revelam os pesquisadores na revista científica Geophysical Research Letters.
Rápido aumento da temperatura
Em função da discussão sobre a morte das florestas, países europeus e outros começaram a despoluir o ar. Ao mesmo tempo, as temperaturas começaram a subir rapidamente, no total, cerca de um grau até hoje. Por isso, há algum tempo pesquisadores presumem que os aerosóis contribuíram com a mudança climática.
A equipe de Philipona traduz pela primeira vez em número a participação das medidas de purificação do ar na mudança climática. Os pesquisadores compararam em 25 pontos da Suíça e oito da Alemanha a irradiação do sol com a turbidez do ar. Além disso, eles calcularam qual era o aumento da temperatura esperado a partir do efeito estufa.
"Descobrimos que a redução da concentração de aerosóis no ar explica pelo menos a metade do aumento da temperatura desde os anos de 1980", disse Philipona à agência de notícias SDA.
A outra metade do aumento deve ser atribuída aos gases de efeito estufa, que absorvem irradiação térmica da superfície terrestre para a atmosfera e a refletem de volta para a Terra.
Aquecimento se desacelera
Com base nesses resultados, os pesquisadores presumem que a mudança climática na Europa irá se desacelerar um pouco nas próximas décadas. Na Suíça, por exemplo, o ar hoje estaria tão limpo quanto era entre os anos de 1920 e 1930, disse Philipona.
A concentração de quase todas as substâncias poluidoras teria diminuído consideravelmente nos últimos anos. Mais reduções não teriam grande influência sobre a quantidade de raios solares que atingem a Terra. Isso significa, segundo ele, que a parte do aquecimento causada pela despoluição do ar futuramente desaparecerá.
Prognósticos diferenciados
Mas isso não deve ser entendido de forma errada, adverte Philipona. A temperatura da Terra continuará subindo consideravelmente, caso a humanidade não reduza suas emissões de gases do efeito estufa, disse. Mas o aumento não será tão drástico quanto afirmam os prognósticos mais sombrios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O Conselho Mundial do Clima apresentou em 2007 seu último relatório sobre o clima, no qual os cientistas participantes traçaram vários cenários. Dependendo do cenário, o relatório prevê um aumento entre 1,1 e 6,4 graus da temperatura da Terra até 2100.
Fonte: AmbienteJá/swisssinfo com agência SDA