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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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20/02/2009

Desmatamento na Amazônia extingue 26 espécies e ameaça 644, diz ONU


O desmatamento da Amazônia provocou a extinção de 26 espécies de animais e plantas até 2006, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).



O desmatamento da Amazônia provocou a extinção de 26 espécies de animais e plantas até 2006, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
No mesmo período, outras 644 espécies entraram na lista de animais e plantas ameaçados de extinção. Das 26 espécies extintas, dez estão na parte brasileira da floresta amazônica. Entre as espécies ameaçadas estão o macaco-aranha (Ateles belzebuth), o urso-de-óculos (Tremarctos ornatus) e a lontra.

Reprodução

A lontra é uma das espécies ameaçadas
O relatório GEO Amazonia, que está sendo divulgado em um encontro do Pnuma em Nairóbi, no Quênia, destaca que o desmatamento da Amazônia continua acontecendo em ritmo acelerado. Até 2005, a Floresta Amazônica sofreu desmatamento equivalente a 94% do território total da Venezuela.

O relatório do Pnuma afirma que até 2005 a Amazônia acumulou uma perda de 17% da sua vegetação total nos nove países que possuem trechos da floresta tropical. A área total desmatada foi de 857.666 quilômetros quadrados.

Cenários pessimistas

O relatório afirma que três fatores vão influenciar na forma como a Amazônia vai se desenvolver no futuro: as políticas públicas, o funcionamento do mercado e o desenvolvimento de novas tecnologias.

Baseado nesses três fatores, o relatório traça quatro cenários diferentes para o futuro da Amazônia no longo prazo, e nenhuma das hipóteses apresenta uma situação ideal.

"Isso significa que os protagonistas amazônicos não conseguiram imaginar um futuro no qual as políticas públicas, o mercado, a ciência e a tecnologia se desenvolvam, simultaneamente, de uma maneira suficientemente positiva de forma a promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia", diz o documento.

Os quatro cenários traçados pelo Pnuma são:

Amazônia emergente: um cenário em que o governo e as forças do mercado geram benefícios à região, mas a ciência e a tecnologia não avançam o suficiente para melhorar o aproveitamento de recursos naturais.

À beira do precipício: o governo agiria para combater o desmatamento, mas a demanda do mercado por recursos e a falta de tecnologia apropriada seriam mais fortes do que o esforço público.

Luz e sombra: ação pública e investimentos em tecnologias colaborariam contra o desmatamento, mas as forças do mercado exigiriam cada vez mais recursos naturais.

Inferno ex-verde: um cenário em que a floresta ficaria submetida às demandas do mercado, sem ação governamental ou avanço tecnológico favorável ao desenvolvimento sustentável.

Savanização

Segundo o relatório, fatores internos e externos em cada um dos países estão provocando o desmatamento.

Entre os fatores internos está o crescimento da urbanização da região e a exploração de recursos naturais. O Pnuma destaca que em quatro dos países da região, mais de 50% da população amazônica é urbana.

Externamente, o aquecimento global continua afetando o ciclo de chuvas e afetando o equilíbrio do ecossistema. O relatório cita previsões feitas em outros estudos de que 60% da Amazônia pode se tornar em savana ainda neste século, devido ao aumento da temperatura média global - uma afirmação questionada por um novo estudo publicado na Grã-Bretanha na semana passada.

Leia também: Estudo questiona savanização da Amazônia
O relatório também afirma que a articulação de grupos e instituições que atuam na Amazônia ainda está apenas no começo.

"Na maioria dos países da região, a Amazônia ainda não faz parte do 'espaço ativo' nacional, no entanto eles estão lentamente começando a articular a Amazônia no sistema político-administrativo, na sociedade e na economia nacional", diz o relatório do programa da ONU.

"O Brasil é o país que mais mostrou progresso nesta área. Por outro lado, o processo contínuo de descentralização, com diferentes níveis de progresso, visa a melhorar a governança ambiental por governos regionais e locais."



Fonte: Clipping Funbio/BBC Brasil


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