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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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27/02/2009

Iniciativa ajudará na adaptação às mudanças climáticas


Oxfam, Care e Instituto Ambiental de Estocolmo estão entre as instituições que irão incentivar uma maior troca de experiências de ações realizadas em comunidades pobres de todo o planeta para enfrentar as conseqüências do aquecimento global

Mais de 150 representantes de agências de doações, ONGs internacionais e institutos de pesquisa de 50 países se juntaram para ajudar as comunidades mais pobres do planeta a se adaptarem as mudanças climáticas em uma nova iniciativa lançada na terça-feira (24), durante a Terceira Conferencia Internacional de Adaptação de Comunidades, em Daca, Bangladesh.

As mudanças climáticas já trazem sérios impactos na vida de pessoas de comunidades pobres ao redor do mundo, afirmou o membro sênior do grupo de mudanças climáticas do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), Dr Saleemul Huq.

A Iniciativa Global de Adaptação de Comunidades às mudanças climáticas irá apoiar uma plataforma digital e uma série de conferências internacionais para permitir que especialistas troquem informações sobre o que funciona melhor e quais estratégias de adaptação empregadas em uma parte do mundo podem ser replicadas em outros lugares. A próxima Conferencia será em setembro de 2009, na Tanzânia.

Estas pessoas precisam com urgência se adaptar no nível comunitário através de mudanças no modo de vida e de trabalho. Os poluidores que estão causando este problema devem aceitar a responsabilidade e ajudar estas comunidades fornecendo compensação na forma de fundos, tecnologia e experiência técnica, disse Hug durante o lançamento da Iniciativa.

Alguns exemplos de medidas são a troca por espécies agrícolas mais adequadas a condições de seca, enchentes e alta salinidade; técnicas de irrigação eficientes para enfrentar a escassez de água; a diversificação de plantações por pesca e criação de rebanhos; a construção de defesas contra enchentes e o estabelecimento de sistemas de avisos prévios a ciclones.

As ações, contudo, não devem se focar excessivamente em estratégias de curto prazo, que são apenas paliativos e não são sustentáveis ao longo do tempo, alerta o professor emérito da Universidade de Toronto (Canadá), Ian Burton, também cientista emérito do Serviço Meteorológico do Canadá. É importante evitar adaptações ruins ou que façam a situação piorar com o passar do tempo caso nos foquemos no que irá funcionar a curto prazo, disse Burton à SciDev.net.

Durante o encontro, foram apresentadas experiências realizadas ao redor da África e Ásia, como em Bangladesh, onde foram criados os jardins alagados usando uma base de plantas aquáticas para o cultivo de vegetais o que permite o plantio em áreas alagadas.

No Nepal, fazendeiros locais estão usando o conhecimento sobre espécies tradicionais e plantações negligenciadas ou pouco utilizadas para escolher as que trazem o melhor retorno financeiro. Já no Vale Lower Ouémé, em Benin, as comunidades buscam soluções como o cultivo de espécies que crescem rapidamente em áreas secas de florestas pantanosas.

Entre as instituições que criaram a iniciativa estão o IIED, a Oxfam Internacional, a Action Aid, a WWF, a CARE Internacional, o Instituto Ambiental de Estocolmo, o Christian Aid, a Caritas, o Centro de Estudos Avançados de Bangladesh e o Fundo de Desenvolvimento da Noruega.

Fundos de Adaptação

Segundo um levantamento feito pelo jornal britânico The Guardian, apenas 10% do dinheiro prometido pelos países ricos para a adaptação ao aquecimento global foi repassado aos países em desenvolvimento nos últimos sete anos. Em discursos, as nações mais ricas do mundo já prometeram US$ 18 bilhões, porém somente US$ 900 milhões realmente chegaram às comunidades.

Isto é um escândalo. A quantidade que os países desenvolvidos forneceram é insignificante. Isto está envenenando as negociações da ONU. O que os países ricos oferecem para os mais pobres é irrisório, o equivalente ao bônus de um banqueiro. É um insulto para as pessoas que já experimentam o aumento de eventos climáticos extremos, disse ao Guardian a chefe de negociações para o grupo de países em desenvolvimento do G77 e a China, Bernarditas Muller, da Filipinas.

Segundo as Nações Unidas, são necessários de US$ 50 a US$ 70 bilhões por ano em investimentos imediatos para ajudar os países pobres a se adaptarem a enchentes extremas, secas e ondas de calor. O chefe do braço climático da ONU, Yvo de Bôer, afirmou que sem recursos financeiros significativos, os países em desenvolvimento são irão se engajar nas negociações para um novo acordo de redução de emissões de gases do efeito estufa, que deve substituir o Protocolo de Quioto após 2012.

Até agora, o Reino Unido, a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos lideram um grupo de 12 países ricos que pedem US$ 6,1 bilhões em doações para dois fundos de investimentos climáticos administrados pelo Bando Mundial. Porém nenhum recurso financeiro tem sido depositado e não há dinheiro disponível na forma de empréstimos, nem gratificações com condições rígidas de como o dinheiro deve ser gasto.

Por: Paula Scheidt
Fonte: AmbienteJá/Envolverde/CarbonoBrasil


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