Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
03/02/2009
Pesquisadores investem na reutilização do CO2
Da China à Califórnia, de metanol a plásticos biodegradáveis, novas soluções para o reaproveitamento do dióxido de carbono são propostas a cada dia e representam uma saída para o desafio das mudanças climáticas
Não basta dar fim tem que reaproveitar. Foi a partir desta idéia que a reutilização dos gases do efeito estufa, principalmente do CO2, para a produção de algo útil e lucrativo começou a ganhar força. Atualmente são inúmeros os projetos sendo desenvolvidos ao redor do mundo.
Apesar de serem ainda experimentais ou em processo inicial de execução, os projetos a seguir são alguns exemplos de uma promissora possibilidade para o desafio do aquecimento global.
Combustível
A empresa americana Carbon Sciences anunciou nesta segunda-feira (02/03) o lançamento de um protótipo que promete transformar o CO2 em metanol. A tecnologia permite, através de um processo biocatalítico, a quebra do CO2 e da água e posteriormente os combina para formar o metanol. Esse combustível de baixo rendimento já sairia pronto para o uso ou poderia ser refinado para a produção de combustíveis de alto rendimento, como a gasolina.
A patente da tecnologia, chamada “A Biocatalytic Process and System to Transform Carbon Dioxide into Methanol”, foi enviada para o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos no último dia 17.
“O protótipo demonstra que estamos no caminho certo, que a tecnologia CO2-combustível funciona. Agora estamos perto de demonstrar que ao invés de ser um problema, o CO2 é parte da solução para as crises energéticas e climáticas”, conta o presidente da Carbon Sciences, Byron Elton.
Ainda segundo Elton, a idéia é licenciar esta tecnologia para companhias de energia e grandes emissores de todo o mundo. “Nós estimamos que em 2030, usando apenas 25% das emissões de CO2 provenientes somente da queima de carvão, nós poderemos produzir 30% do consumo global de combustíveis líquidos”.
Já na Universidade do Estado da Pensilvânia é a luz solar que está ajudando pesquisadores a transformar o CO2 em combustível.
No artigo High-Rate Solar Photocatalytic Conversion of CO2 and Water Vapor to Hydrocarbon Fuels, publicado no periódico Nano Letters no último dia 27, o pesquisador Craig Grimes e sua equipe descrevem um método fotocatalítico para transformar o CO2 em combustíveis hidrocarbonados.
Segundo Grimes, capturar CO2 e o transformar em combustível através de um processo barato tendo como fonte energética a luz solar seria um avanço formidável. “Poderíamos pensar, por exemplo, em adaptar essa tecnologia para nossos carros. Assim o CO2 emitido seria reaproveitado e nunca iria para a atmosfera”.
O próximo passo da pesquisa será aperfeiçoar o design e os materiais utilizados no protótipo para torná-lo mais eficiente. “Nós apenas demos o primeiro passo. Existe muito a ser melhorado, mas as perspectivas são fantásticas”, afirma Grimes.
Plásticos e refrigerantes
Em um projeto que teve início em 2007, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) está transformando o CO2 que emite em plásticos biodegradáveis. O produto, uma patente desenvolvida pelo Instituto de Química Aplicada de Changchum e da Academia Chinesa de Ciência, é um copolímero, matéria-prima utilizada na indústria, na agricultura e até na medicina.
A estimativa é que a cada ano sejam reutilizadas 2,1 mil toneladas de CO2 para a produção de três mil toneladas do plástico.
Outro projeto industrial da CNOOC promete reciclar 24 milhões de metros cúbicos do gás anualmente para a produção de bebidas carbonadas, como refrigerantes e energéticos. O primeiro lote das bebidas já teria sido comercializado em Hong Kong em janeiro de 2009.
Por: Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
Fonte: Envolverde/CarbonoBrasil