Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
10/03/2009
Altas emissões de CO2 estão deixando os oceanos ácidos, o que pode extinguir espécies
A poluição nos oceanos, causada por seres humanos, está deixando as águas ácidas tão rapidamente que, nas próximas décadas, é possível que sejam recriadas as condições da época em que os dinossauros ainda viviam. Segundo o diário britânico The Guardian, o alerta será feito por cientistas da Bristol University, durante um encontro de especialistas em clima na cidade de Copenhagen, Dinamarca, que começa nesta terça-feira (10/03).
A acidificação dos mares está sendo provocada pela elevada quantidade de gás carbônico lançada por chaminés e escapamentos, que se dissolvem no oceano. A mudança química em curso está fazendo uma pressão sem precedentes na vida marinha e pode causar extinções generalizadas, segundo os especialistas.
Os organismos mais atingidos devem ser aqueles que possuem carapaças formadas por cálcio, a exemplo das lagostas. Para os estudiosos, a situação no fundo dos oceanos é ainda mais preocupante. Eles compararam os níveis de acidificação atual com a liberação pré-histórica de gases do efeito estufa (o que é consenso entre os geologistas de ser a causa da destruição em massa de espécies de águas profundas na época), e concluíram que a situação está caminhando para um fim semelhante.
A pesquisa da Bristol University é uma das primeiras a prever as consequências das águas ácidas baseando-se em eventos passados - e os dados devem ser revelados com mais detalhes nos próximos dias. De acordo com os cientistas britânicos, se a acidificação no fundo do mar ultrapassar 0,2 unidade de pH (indicador que aponda a acidez ou a neutralidade de uma substância), os efeitos danosos não poderão ser evitados. O pH na superfície da água, onde o gás carbônico é absorvido da atmosfera, caiu 0,1 unidade de ph desde a revolução industrial, e a idéia é de que não leve muito tempo para que a acidez alcance as águas profundas. Segundo os especialistas que estarão presentes no evento desta semana, em Copenhagen, a acidificação já está afetando a vida marinha no Ártico e na Antártida.
O encontro irá ainda atualizar a publicação de 2007 feita pelo IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Na ocasião, será revelado se as projeções feitas à época sobre a elevação do nível dos oceanos foram subestimadas e se o aumento da temperatura global pode ser limitada a 2ºC.
Fonte: AmbienteJá/Revista Globo Rural