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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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12/03/2009

Clima pode comprometer 85% da mata amazônica


A Amazônia está condenada a perder no mínimo 20% de sua fisionomia original com as mudanças climáticas. O impacto pode ser ainda pior e afetar 85% da floresta se as temperaturas subirem além de 4C, comparadas com níveis pré-industriais. Este foi o quadro sombrio apresentado pelo Centro Hadley, instituto de meteorologia do Reino Unido, durante o Congresso Científico Internacional sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague.

O estudo sobre a resistência de ecossistemas a um nível perigoso de mudança climática usou cerca de 700 simulações em computadores para projetar o destino de florestas e geleiras. Esses modelos traçaram cenários de emissão de gases do efeito estufa e quais seriam as consequências. A partir destes dados, os pesquisadores testaram a sensibilidade da Amazônia ao calor e à seca.

Os resultados, que serão publicados na revista "Nature Geoscience", são pessimistas. Até 2100, uma elevação entre 1C e 2C causaria uma "retração" da floresta de 20% a 40%, e os efeitos serão bem mais severos se as temperaturas romperem esse patamar. A pior hipótese testada é uma alta de 4C, que reduziria a Amazônia a apenas 15% do que é hoje.

Segundo Vicky Pope, coordenadora do Hadley, em um planeta mais quente, espécies do cerrado (uma savana) avançaria rumo ao Norte. "O que descobrimos é que mesmo a mais modesta elevação de temperatura afetará a floresta severamente", disse Pope à Folha.

Projeções sobre a savanização da Amazônia já vinham sendo feitas no Brasil pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Um estudo de 2007 alertava que aumentos de temperatura de "2C a 6C" aliados a períodos de seca mais severos transformariam até 18% da maior floresta tropical do planeta em algo similar ao cerrado. O novo estudo do Hadley, entretanto, é o primeiro a mostrar, no longo prazo, a relação entre temperaturas específicas e as taxas de savanização.

Os cientistas ingleses também afirmam que uma recuperação da floresta após tudo isso não ocorreria em menos de cem anos. Alguma perda haverá, pois a temperatura global não está longe de alcançar uma elevação 1C em relação a níveis do século 19. Segundo Pope, a melhor chance de evitar efeitos significativos na Amazônia é limitar a subida da temperatura a no máximo 2C.

Para tanto, as emissões de gases-estufa precisariam atingir um pico em 2015 e a partir daí caírem 3% ao ano. Ainda assim, a probabilidade de o aquecimento efetivamente se estabilizar é de 50%.

Por: Gustavo Faleiros
Fonte: AmbienteJá/Folha de S. Paulo


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