Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
27/03/2009
União pelo desenvolvimento sustentável e o papel do Brasil
Pela primeira vez na história o mundo vive uma crise que é ao mesmo tempo econômica, social e ambiental. Esse "‘monstro de três cabeças" está obrigando as nações mais poderosas e as emergentes a se unirem para achar soluções que mantenham o crescimento comercial e industrial, que reduza os dramáticos índices de desemprego e reduza as emissões de CO2, que provocam o aquecimento global e, em conseqüência, causam catástrofes climáticas e queda da produção. A reunião do G-20, na próxima 5ª feira, em Londres, propõe a união de forças para que a crise mundial seja contornada rapidamente, no entanto, com atitudes que não comprometam o futuro dessas nações e a sobrevivência do planeta. Nessa cruzada, o Brasil tem papel fundamental: "Nenhuma conversa sobre futuro da economia global tem sentido sem o Brasil, que é a 10ª. economia do mundo. Nenhuma discussão sobre clima pode acontecer sem a nação que abriga a maior floresta tropical do mundo e uma sociedade tolerante, onde muitas comunidades diferentes convivem juntas", destacou o primeiro ministro britânico, Gordon Brown, em seu discurso no auditório da FAAP, em São Paulo, no dia 27. Para Gordon Brown, o G-20 terá que criar novas regras para regulamentar o mercado global, sem qualquer traço de protecionismo. Isso manteria os mercados abertos e as econômicas crescendo, mesmo que em um ritmo mais lento.
Um item importante da pauta é como regulamentar e fiscalizar as emissões de carbono, exigindo que os Estados Unidos e a China, os maiores emissores, paguem pelo estragos causados ao planeta. Na questão ambiental, Rubens Ricupero, embaixador e ex-Ministro da Fazenda, foi enfático: "Só será possível manter o nível de consumo do mundo atual se acontecer um milagre tecnológico que possibilite a estocagem do carbono. Como isso não existe, a desaceleração do consumo é inevitável. Por exemplo, nos Estados Unidos 300 milhões de indivíduos consomem 25% dos recursos mundiais. Se cada um dos 1,3 milhões de habitantes da China tiver o mesmo poder de consumo americano, o impacto seria insuportável. Temos que sair dessa crise, não para voltar ao comportamento anterior – que nos trouxe até esse colapso. Temos que alterar a maneira de produzir".
A expectativa diante desses grandes impasses e desses encontros de líderes mundiais é que a teoria se transforme em ações concretas que, nessa conjuntura, deverão ter efeito rápido, abrangente e sustentável. "Precisamos fazer com que a reunião do G-20 alinhe o discurso e a prática, os investimentos e as ações. Um exemplo é o próprio Reino Unido, que coloca a questão do baixo carbono como um dos quatro pilares de atuação do governo, mas destina apenas 7% de verba para isso. Já o Brasil não tem discurso nem investimento.", assinala Sérgio Leitão, diretor de ações do Greenpeace.
Por: Liliane Oraggio
Fonte: Planeta Sustentável