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Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos

O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS

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06/04/2009

Mercado de CO2 voltará aos trilhos, aponta pesquisa


Depois de ouvir mais de três mil pessoas envolvidas direta ou indiretamente com negociações de carbono, a Point Carbon traçou um quadro das perspectivas de preços, novos esquemas e um acordo pós-Quioto

O comércio global de carbono certamente foi afetado pela desaceleração econômica mundial, porém irá se recuperar a longo prazo e, irá além, uma vez que é grande a confiança de que os Estados Unidos criarão um esquema nacional até 2015.

Esta é uma das constatações feitas pela Point Carbon, líder mundial em consultoria e análises sobre o mercado de carbono, após ouvir 3.319 participantes do mercado em uma pesquisa de opinião realizada pela internet no início do ano.

Notavelmente, 90% dos entrevistados norte-americanos acreditam que os Estados Unidos irão implementar uma legislação federal para regulamentar as emissões de gases do efeito estufa através de um esquema de limite e comércio (‘cap and trade’). Se considerado todos os participantes, 81% compartilham esta opinião, um aumento em relação à pesquisa do ano passado, quando eles somavam 71%.

“Este dado, junto ao forte crescimento do mercado do RGGI, indica que finalmente o comércio de emissões encontrará seu lugar no país que inventou o sistema ‘cap and trade’”, afirma o documento.

Os norte-americanos formam o maior grupo de participantes da pesquisa (482), que é realizada anualmente, seguido pelo Reino Unido (354), Índia (145), Alemanha (135), Austrália (114) e Canadá (112). No total, 116 países tiveram representantes no levantamento. Do total, 1.394 estão envolvidos diretamente com negociações de carbono.

As expectativas de preço para o curto prazo são significativamente baixas comparadas com a pesquisa do ano passado. Apenas 13% dos respondentes esperam um preço de €25 ou mais para as permissões de emissão (EUAs - European Union Allowances) em 2010, abaixo dos 39% dos pesquisados em 2008.

O maior pessimismo está relacionado à crise econômica e às conseqüentes quedas nas emissões projetadas e na demanda por créditos de carbono. A redução nas emissões previstas para a União Européia significa que mais empresas terão um excesso de EUAs para vender, enquanto poucas precisarão comprar.

Este fato foi fortemente comprovado pela pesquisa. O número de entrevistados que afirmaram precisar adquirir EUAs para cobrir suas emissões caiu de 37% em 2008 para 31% neste ano.

O percentual daqueles que possuem EUAs extras, por outro lado, aumentou em relação a pesquisa de 2008, passando de 15% para 24%. “Este número está de acordo com a brusca venda de EUAs vista nos últimos meses, uma vez que as empresas viram a produção e emissão futura caírem”, comenta a Point Carbon no relatório.
Confiança no futuro

Paralelo a queda nas expectativas para os próximos anos, a confiança no mercado de carbono a longo prazo se mantém igual, baseando-se nas expectativas do preço das permissões para 2020. Entre os participantes, 45% esperam que as permissões alcancem o valor de € 35 ou mais em 2020. Na edição de 2008 da pesquisa, eles representavam 46%.

Os participantes do mercado de projetos também estão sentindo os efeitos da desaceleração mundial. A pesquisa da Point Carbon mostra que 60% dos respondentes de empresas com operações no comércio de carbono reduziram as projeções, atrasaram ou cancelaram projetos de redução ou mitigação de gases do efeito estufa por causa da crise financeira.

Entre os desenvolvedores de projetos, as empresas participantes do esquema europeu (EU ETS), as empresas do setor financeiro e os governos, 41% prevêem um aumento nos investimentos em projetos em 2009 contra 23% que esperam uma redução ou total suspensão dos investimentos.

O otimismo com o futuro é confirmado pelas respostas relacionadas às atividades no mercado de Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) após 2012, quando acaba o Protocolo de Quioto e se espera um novo acordo climático. Enquanto em 2008 apenas 8% dos entrevistados afirmaram ter negociado RCEs para entrega após 2012, na edição de 2009 este número subiu para 20%.

Com relação ao período pós-Quioto, são boas também as perspectivas de que as neutralizações de emissão assumam um papel importante no futuro mercado de carbono dos EUA. Entrevistados norte-americanos consideram ser mais provável que as neutralizações sejam aceitas para cumprir as metas do que as RCEs, créditos ligados aos projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ou os créditos do Registro de Ação Climática da Califórnia (CCAR).

Apesar da confiança no futuro, o percentual daqueles que acreditam que um acordo climático pós-Quioto seja fechado no final de 2009 caiu de 71% na pesquisa do ano passado para 59% nesta edição. “As razões podem ser o pouco progresso visto nas negociações no ano passado, acompanhado pela desaceleração econômica global”, analisa a Point Carbon.

Por: Paula Scheidt
Fonte: CarbonoBrasil/Point Carbon


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