Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos
O Projeto Direito e Mudanças Climáticas nos Países Amazônicos, coordenado pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde tem como meta fomentar o desenvolvimento de instrumentos regulatórios relacionados às mudanças climáticas nos países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, integrantes do Tratado de Cooperação Amazônica. LEIA MAIS
17/04/2009
Emissões nos EUA cresceram 17,2% desde 1990
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos divulgou nesta semana um relatório que analisa o período de 1990 a 2007 e revela que as emissões de gases do efeito estufa no país chegaram a 7,15 milhões de toneladas métricas
O relatório “Inventário de Emissões e Sumidouros de Gases do Efeito Estufa dos EUA: 1990-2007” é o mais recente estudo do panorama norte-americano de poluição e mudanças climáticas e revelou que o total de emissões dos seis principais gases do efeito estufa (GEE) (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorocarbonos, perfluorocarbonos e hexafluorido sulfúrico) cresceu 17,2% no período.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), o crescimento de emissões, que atingiram 7,15 milhões de toneladas métricas em 2007, se deu primordialmente pelo aumento do consumo de combustíveis fósseis e eletricidade.
Isso ocorreu por diversos fatores:
- Extremos de temperatura registrados no inverno e verão, que resultam no maior consumo de eletricidade e combustíveis usados nos sistemas de climatização;
- Utilização em grande escala de combustíveis fósseis para gerar energia;
- Diminuição de 14,2% da geração por hidroelétricas em virtude de secas.
O relatório mostra que o dióxido de carbono (CO2) continua sendo o principal vilão do efeito estufa, responsável por 80% das emissões em 2007. O gás teve cada vez mais responsabilidade pelo total de emissões, com uma média de crescimento anual de 1,3%.
Os EUA têm 85% de produção energética baseada na queima de combustíveis fósseis, o que leva o setor de geração de energia a ser responsável por quase metade das emissões CO2. Em segundo lugar vem o transporte, com 33% das emissões.
O metano (CH4), que é 20 vezes mais potente para o aquecimento global que o CO2, é o segundo gás do efeito estufa mais emitido nos EUA. A maior parte do metano emitido no país provém da criação de gado, 24% do total, e as emissões desse setor registraram um aumento de 4,3% desde 1990. Em seguida vêm os aterros sanitários, com 23% e sistemas de gás natural com 19%. Nos últimos 250 anos, a concentração do metano na atmosfera mundial teria crescido 148%.
Segundo a EPA, aproximadamente 33% (304 milhões de hectares) do território dos EUA ainda são cobertos por matas, que seguem como o principal filtro de GEE. Elas são responsáveis pela captura de 90% de tudo o que é absorvido pelo meio ambiente.
Todos os sumidouros no país atingem a capacidade de capturar 1,062 milhão de toneladas, sendo que apenas a quantidade de CO2 emitido pelos norte-americanos passa dos 6 milhões de toneladas.
O Inventário já foi enviado para a Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), responsável pela organização de esforços mundiais para mitigar as mudanças climáticas. A EPA espera que o relatório seja uma ferramenta a mais para ajudar a evitar as piores conseqüências do aquecimento global.
Ar limpo
A EPA decidiu nesta sexta-feira (17) que os gases do efeito estufa representam "perigo à saúde e ao bem-estar do público", um enquadramento formal que abre caminho para a destinação de recursos públicos e novas políticas para o combate ao aquecimento global.
A proposta de reconhecê-los como nocivos à saúde pública, e assim incluí-los no Clean Air Act, havia sido aprovada no início da semana pelo processo de revisão da Casa Branca, o que facilitou a decisão oficial.
Segundo funcionário do Congresso, a EPA deixará o documento aberto para comentários por 60 dias antes de tomar a decisão final.
A Agência também não pretende propor imediatamente regulamentações para limitar emissões de carros, usinas e outros maiores setores. Em vez disso, está planejando regras para serem implementadas somente após novos estudos e um melhor cenário de políticas ambientais.
Por: Fabiano Ávila
Fonte: CarbonoBrasil/EPA