A pressão de consumidores no exterior, além de modernas tecnologias, estão tirando a soja do papel de vilão no desmatamento da Amazônia.

Com ajuda de ONG´s, as grandes empresas exportadoras de soja montaram um sistema de vigilância que usa fotos aéreas e imagens de satélite. Resultado: na última safra áreas em 46 municípios do Pará, Mato Grosso e Rondônia foram monitorados. Uma total de 1.570 quilômetros quadrados, do tamanho do Estado de São Paulo. E a boa notícia é que menos de 1% dessa área foi usada para o plantio de soja.

"Deu certo. É reconhecer que você é parte do problema e tentar identificar uma forma de contribuir para a solução. É melhor do que atribuir a culpa desse problema a um outro setor como a pecuária, a carne, o desmatamento, a extração de madeira, ao governo", afirma o Superintendente de conservação da Ong, WWF, Carlos Alberto Scaramuzza.

Mas essa história só deu certo por causa da pressão que veio do exterior. Cada vez mais, quem compra produtos do Brasil quer saber onde e como eles foram produzidos e rejeita o que vem de áreas desmatadas na Amazônia.

"Uma sinalização forte aos produtores, um pedido que compreendam que para o país não sofrer qualquer tipo de barreira ao comércio internacional de soja e derivados, que é necessário haver a preservação do meio ambiente", diz o Secretário Executivo da Abiove, Fábio Trigueirinho.

Agora o Governo Federal quer fazer um pacto parecido no setor da pecuária. "Nós exigimos para todos os frigoríficos que fornecessem a lista de todos os seus fornecedores. Nós estamos em cima deles. Nós queremos que o setor da carne e do gado se mire no exemplo da soja", afirma o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Fonte: Clipping Funbio/Jornal da Globo