A escolha do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) como mascote oficial da Copa do Mundo de 2014 pode ser uma grande oportunidade para criar uma agenda efetiva de conservação. Essa é a proposta de pesquisadores, que desafiam o governo brasileiro e a Fifa a proteger mil hectares de Caatinga para cada gol marcado na competição.
Em artigo publicado na revista científica Biotropica, cientistas das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE), do Vale do São Francisco (Univasf), da Paraíba (UFPB), do ICMBio e da Universidad Autônoma do México debatem o que os organizadores da Copa devem fazer para que o mascote oficial seja beneficiado pelo legado ambiental do evento.
O alerta dos pesquisadores é claro: tanto o tatu-bola, espécie tipicamente brasileira, quanto a Caatinga do nordeste do Brasil, seu habitat principal, estão ameaçados e precisam de proteção. Para isso, foram sugeridas três ações conservacionistas:
- expandir o sistema de parques e reservas na Caatinga;
- honrar os investimentos prometidos para os "Parques da Copa", e
- acelerar a publicação do plano de ação para a conservação do tatu-bola.
"Proteger o que resta da Caatinga é urgente. Queremos que a escolha do tatu-bola não seja apenas simbólica, mas que efetivamente contribua para a conservação desta espécie tão carismática e de seu ambiente", disse José Alves Siqueira, professor da Univasf.
Fonte: Marina Maciel/Planeta Sustentável