Das 27 mil toneladas de lixo domiciliar produzidas por dia no Estado de São Paulo, 75% têm como destino final aterros sanitários particulares. O número de municípios que optaram por encerrar seus próprios depósitos e enviar o lixo para aterros privados subiu de 63 em 2004 para 216 este ano, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Para o órgão, essa migração está relacionada à proximidade do fim do prazo dado aos municípios para se adequarem às metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos que prevê o fim dos lixões. A partir de agosto deste ano, só poderá ser efetuada a disposição final do lixo em aterros considerados adequados.
No Estado, as regiões metropolitanas, como a de São Paulo e Campinas, têm o maior número de municípios destinando resíduos a aterros particulares. De acordo com a Cetesb, isso ocorre principalmente em razão da escassez de áreas adequadas para a instalação do aterro público. Em 2012, existiam 21 aterros sanitários privados em operação no Estado. Novos empreendimentos estão em fase de instalação. O aterro privado de Iperó, que atende oito cidades da região, inclusive Sorocaba, iniciou a segunda fase de operação, ampliando a capacidade para mil toneladas por dia. A mesma empresa obteve licença ambiental prévia para construir um aterro em Araçariguama, para atendimento regional.
De acordo com a Cetesb, o último índice que avalia a qualidade dos depósitos de resíduos (IQR), levantado em 2012, apontou 54 dos 645 municípios paulistas depositando lixo em locais inadequados. Desses, todos utilizavam à época aterros públicos. Entre as cidades com depósitos inadequados e que, numa escala de zero a dez, receberam nota abaixo de 3,0, ou seja, mantinham lixões a céu aberto, estavam Presidente Epitácio (2,9), Presidente Prudente (2,7), Miguelópolis (2,7), Nova Aliança (2,6), Ubarana (2,6), José Bonifácio (2,6), Peruíbe (2,5) e Arandu (2,2).
A Cetesb informou que um novo IQR com dados referentes a 2013 deve ser divulgado em maio deste ano. De acordo com a agência ambiental, as ações relativas ao licenciamento e fiscalização dos depósitos não fazem distinção entre empreendimentos públicos e privados. Os municípios recebem apoio e orientação técnica para a gestão dos resíduos sólidos.
Fonte: José Maria Tomazela/ Estadão Conteúdo