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Estudo: esforços de conservação devem focar em todo o ecossistema - 03 de Agosto

Pesquisadores da Universidade de Stanford estão questionando uma teoria amplamente aceita no meio conservacionista: a de que a proteção de espécies ameaçadas, que têm papéis únicos, é sinônimo de preservar os ecossistemas.

Eles usaram como estudo de caso a situação do peixe-papagaio-gigante (Bolbometopon muricatum), uma espécie ameaçada que, quando está presente em altos números, pode prejudicar o seu meio.

Em um artigo publicado na revista Conservation Biology, os pesquisadores sugerem que em vez de simplesmente concentrar os esforços de conservação no peixe ou em qualquer outra espécie, os gestores e legisladores deveriam considerar os diversos impactos dessas espécies e as forças que mediam estas relações, defendem os autores.

“É bem difícil acertar se o foco recair apenas sobre uma coisa”, disse o coautor Rob Dumbar, professor da Escola de Ciências da Terra de Stanford.

“O que importa é o papel da espécie no ecossistema”, comentou Doug Bird, pesquisador sênior em antropologia afiliado ao Instituto Stanford Woods para o Meio Ambiente. As pessoas e os seus impactos sobre o mundo natural também fazem parte da equação, afirma.

Trabalhando no Atol de Palmira, um território dependente dos Estados Unidos, desabitado, no meio do Oceano Pacífico, os pesquisadores estudaram o peixe-papagaio-gigante, que é abundante na área, mas cada vez mais raro em outros locais do mundo.

Eles usaram a observação direta, o rastreamento e simulações computacionais para avaliar as diversas formas que o peixe afeta os corais.

Como qualquer espécie, o peixe tem impactos positivos e negativos sobre os recifes, por exemplo, comendo o coral morto e algas de rápido crescimento, liberando espaço para novos indivíduos, e ao mesmo tempo comendo coral vivo, reduzindo a sua diversidade, abundância e tamanho.

“Os personagens ecológicos chave nos ecossistemas naturais desempenham múltiplas funções”, explicou a coautora Fiorenza Micheli, professa de biologia afiliada à Estação Marinha Hopkins de Stanford e do Instituto. “É a soma destes papéis diversos que determina a sua influência geral no ecossistema.”

Em um ecossistema saudável, predadores como os tubarões têm um papel fundamentam no controle da intensidade desses efeitos sobre os corais. Porém, as populações de tubarão, assim como da maioria dos grandes predadores, estão em declínio devido à sobrepesca e atividades absurdas como o ‘finning’.

Assim, no caso avaliado, a redução no número de tubarões pode fazer com que o peixe-papagaio danifique os corais, desencadeando a mortandade de espécies que dependem deles, as quais são essenciais para a alimentação das pessoas.

“Os esforços de conservação devem focar na proteção e restauração de todo o ecossistema, incluindo os predadores de topo, como tubarões, e na complexa rede de relações diretas e indiretas que conectam desde os grandes animais marinhos até os corais”, acrescentou Micheli.

Os pesquisadores ainda alertam que as mudanças climáticas e seus impactos têm fragilizado os ecossistemas, e que é preciso coletar o máximo possível de informações para garantir esforços mais efetivos de conservação.

Douglas McCauley, um dos autores do estudo, ainda enfatizou que os impactos do peixe-papagaio-gigante são tênues em comparação aos efeitos das atividades humanas.

“Nós podemos e devemos dar mais espaço para alguns desses estressores naturais ao reduzir o nosso impacto sobre os recifes”, ressaltou ele.

Mas os pesquisadores ponderam que suas conclusões não devem servir de justificativa para retroagir ações já em curso para a proteção de espécies ameaçadas. E nem para argumentar que as espécies ameaçadas afetam os ecossistemas de formas negativas.

Confira a notícia na página do Instituto CarbonoBrasil

Fonte: Fernanda Muller/Instituto CarbonoBrasil
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