Setores como cimento, siderurgia e petroquímica devem apresentar informações sobre a liberação de gases do efeito estufa para a CETESB até o dia 31; o levantamento ajudará na elaboração de planos de mitigação
Com o aumento da conscientização sobre a contribuição das atividades humanas para o aquecimento do planeta, cada vez mais governos estão exigindo que empresas divulguem seus inventários de emissão de gases do efeito estufa.
No Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA/RJ) determina que a apresentação do inventário verificado independentemente seja parte obrigatória do licenciamento ambiental para alguns setores, como aterros sanitários, petroquímica, cimento e siderurgia.
Seguindo um caminho similar, no estado de São Paulo a entrega do inventário para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) é obrigatória, e o prazo para a disponibilização dessas informações se encerra no próximo dia 31.
“É importante para o Estado conhecer com maior precisão a emissão de gases causadores de efeito estufa pelas atividades industriais instaladas em São Paulo, a fim de subsidiar a elaboração de planos e programas de mitigação”, afirmou Josilene Ferrer, Gerente de Divisão de Mudanças Climáticas da CETESB.
O pedido pelos inventários paulistas abrange, entre outros setores, cimento, siderurgia, petroquímica, termoelétricas, papel e celulose e instalações com consumo de combustível fóssil que emitam diretamente quantidade superior a 20.000 t/ano de CO2 equivalente. (Veja lista completa)
Segundo Ferrer, o envio de informações está ocorrendo de forma muito tranquila. Vale destacar que, atualmente, os inventários não precisam ser verificados por uma entidade independente, mas que há a possibilidade de a CETESB vir a requerer a verificação das informações no futuro.
“A Decisão de Diretoria 254/2012 é bastante clara como diretriz para a forma de elaboração dos inventários. Estamos iniciando o segundo ano de recepção dos inventários, e pretendemos desenvolver com cuidado esse relacionamento com os empreendimentos do Estado de São Paulo. No momento, a CETESB somente está perguntando, ao receber as informações sobre gases de efeito estufa dos empreendimentos, se o inventário é verificado ou não”, disse.
A CETESB esclarece em seu portal que “a metodologia para o cálculo das emissões estimadas poderá ser a da norma ABNT NBR ISO 14.064 -1 - Gases de Efeito Estufa, ou do “GHG Protocol”, ou ainda outra similar.
De acordo com a Gerente de Divisão de Mudanças Climáticas da CETESB, o acesso aos inventários ajudará a companhia a executar suas funções, como o monitoramento ambiental, em especial, da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, do ar e do solo.
Nesse sentido, Ferrer falou sobre a atual crise hídrica no estado, destacando que é um tema difícil e com várias facetas.
“O assunto é complexo, e certamente tem interface com as mudanças climáticas. A falta de chuvas é um cenário possível para muitas capitais, em função das alterações climáticas que estão em curso e que estão por vir. Mas há instâncias do governo de São Paulo mais especializadas para abordar esse assunto”, concluiu.
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Fonte: Fabiano Ávila/ Instituto CarbonoBrasil