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Notícias Ambientais
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Lei francesa pretende reduzir pela metade o consumo de energia e diminuir a dependência da fonte nuclear - 03 de Agosto

*Tradução: Planeta Verde

Legisladores franceses adotaram uma nova lei na quarta, dia 22 de julho, que irá reduzir pela metade o consumo de energia do país até 2050 e diminuir a sua dependência em relação à energia nuclear.


De acordo com a nova lei, que foi colocada para votação final na Assembleia Nacional ainda na quarta feira, a energia nuclear irá fornecer apenas 50% da eletricidade da França até 2025, abaixo dos 75% atuais.

Seis meses antes da Conferência do Clima em Paris, a legislação também prevê uma queda de 30% no uso de combustíveis fósseis até 2030 (em comparação com os níveis de 2012), e de 40% nas emissões de gases de efeito estufa, comparado com 1990.

As fontes renováveis irão cada vez mais tomar lugar, respondendo por 32% das fontes até 2030, comparado com 13,7% de três anos atrás.

Em uma tentativa de atingir este difícil objetivo, o parlamento deverá produzir um “orçamento de carbono” a cada cinco anos, definindo os limites de emissões para cada setor da economia.

Poluidores também irão encarar os impactos das “taxas de carbono”- introduzidas no ano passado- que irão crescer de 22 euros por toneladas de CO2 em 2016 até 100 euros em 2030.

Cortar o uso de energia nuclear foi uma das promessas de campanha do Presidente François Hollande nas eleições de 2012.

“O Uso extravagante de energia nuclear acabou”, disse deputado ecologista Denis Baupin. “Agora nós precisamos organizar uma transição ordenada”.

A França é o país mais dependente de energia nuclear no mundo, e o segundo maior produtor desta fonte com 58 reatores localizados em 19 estações de energia.

“Esta é a uma mudança muito esperada, já que ninguém, inclusive a oposição, em nenhum momento negou a necessidade de quebrar a total dependência nuclear”, disse o deputado socialista Fraçois Brottes que encabeça o grupo parlamentar que revisa a lei.

Luta das indústrias nucleares

Essas decisões, no entanto, não cessam algumas preocupações, particularmente entre os conservadores da oposição, sobre o impacto já visto nas indústrias nucleares da França.

Há apenas um mês atrás, o escritório de Hollande afirmou que o governo iria gastar “tanto quanto necessário” para salvar o grupo Areva, que registrou uma perda record de 4,8 milhões de euros no ano passado. Areva encarou uma redução global de demanda desde o desastre de 2011 em Fukushima no Japão e foi atingido por gastos excessivos e dificuldades de construção em Flamanville no noroeste da França e também na Finlândia.

Por definir uma produção limite de 63,2 gigawatts nas plantas nucleares, o governo francês forçou efetivamente as companhias de energia a fechar tanto velhos reatores como os novos.

Isso deve selar o destino da mais antiga usina de energia da França em Fessenheim, no nordeste do país, a qual Hollande prometeu fechar até 2016 e que já foi alvo de protestos do Greenpeace e outros grupos de ativismo ambiental, que afirmam que esses reatores envelhecidos são perigosos.

O responsável pela companhia de eletricidade EDF, Jean-Bernard Levy, disse na semana anterior a decisão do parlamento que Fessenheim provavelmente seria fechada “no segundo semestre de 2017”.

Para chegar a meta ambiciosa de diminuir pela metade todo o consumo de energia até 2050, o governo está usando incentivos fiscais e novas diretrizes rigorosas para garantir que empreiteiros tenham acesso a padrões de eficiência de energia, e ordenando que companhias públicas usem mais carros de combustíveis eficientes.

A Ministra do Meio Ambiente Segolene Royal afirmou que ela gostaria que a França se tornasse “uma nação de excelência ambiental” e que essas transformações criariam 100 mil novos trabalhos no setor de sustentabilidade nos próximos três anos.

Paris sediará a Conferência Climática da ONU no fim do ano, em que os organizadores esperam concluir um acordo para limitar o aquecimento global em 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.

Confira a notícia original no site da Business Insider 

Fonte: Eric Randolph e Isabelle Cortez/ AFP- Publicada na Business Insider- Tradução: Planeta Verde
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