A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (30/07) a primeira resolução de sua história sobre caça furtiva e tráfico da vida selvagem. A decisão ocorre dias depois de um dentista americano matar o famoso leão Cecil, no Zimbábue.
O dispositivo aprovado pelos 193 países-membros não tem vinculação jurídica, mas reflete a crescente oposição mundial à prática. Recentemente, China e Estados Unidos, principais mercados compradores de marfim ilegal, se comprometeram a combater esse tipo de crime.
A resolução, patrocinada pela Alemanha e Gabão, exorta todas as nações a "dar passos decisivos ao nível nacional para prevenir, combater e erradicar o comércio ilegal de animais selvagens, tanto do lado da oferta quanto da procura", inclusive com o endurecimento das leis.
"Assim como a maioria das pessoas no mundo nós estamos horrorizados com o que aconteceu com esse pobre leão", afirmou o embaixador da Alemanha na ONU, Harald Braun. "Atividades de caça são em parte legais e em parte ilegais, e essa resolução combate todos os aspectos ilegais da prática."
Os animais mais ameaçados são elefantes e rinocerontes. O dinheiro movimentado nesse tipo de negócio é uma fonte de financiamento do terrorismo.
Segundo o ministro de Relações Exteriores do Gabão, Emmanuel Issoze-Ngondet, terroristas e grupos armados que atuam na África usam a caça furtiva e o tráfico da vida selvagem para "aumentar suas rendas". "Isso contribui para a proliferação de armas no continente", afirmou.
O leão Cecil foi morto no início de julho depois de ser atraído para fora dos limites de um parque nacional do Zimbábue. O caçador foi identificado como Walter James Palmer, um dentista do estado americano de Minnesota. O felino agonizou por 40 horas e teve cabeça e pele arrancadas.
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