A Polícia Federal indiciou os executivos da Samarco, da Vale e da VogBr nesta quarta-feira (13) por crime ambiental em decorrência do rompimento da barragem de resíduos de minério de ferro, em Mariana, há dois meses. Entre os indiciados está o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, e mais 6 diretores. A PF não divulgou os nomes dos executivos indiciados, apenas os cargos.
A empresa VogBr foi responsável pelo parecer técnico que atestou a estabilidade da barragem que se rompeu. Os executivos foram indiciados com base no artigo 54 da lei de crimes ambientais, por terem causado poluição que resultou ou pode resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
Em nota, tanto a Samarco quanto a Vale afirmam que as causas reais do acidente ainda não foram atestadas e demonstra surpresa com o indiciamento de seus executivos.
O rompimento da barragem do Fundão, no dia 5 de novembro, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, na região central de Minas, onde viviam cerca de 600 pessoas, e deixou uma mancha de destruição no meio do caminho: 17 pessoas mortas e 2 ainda desaparecidas. O rio Doce foi atingido por uma tsunami de lama formada por rejeitos de mineração até a foz, no Espírito Santo, onde a lama desaguou no mar, impactando três unidades de conservação marinhas no estado: a Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e a Reserva de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz. Recentemente, o Ibama divulgou que a lama atingiu o santuário de Abrolhos. Análises estão sendo feitas para confirmar se a pluma avistada vem mesmo da barragem rompida.
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