Os efeitos da construção de barragens de usinas de energia hidrelétrica podem ser subestimados. Um novo estudo publicado na revista científica Science investiga o assunto. O estudo é importante para países que utilizam esse tipo de fonte de energia—como é o caso do Brasil.
O estudo foi feito tomando como base as bacias dos rios Amazonas, Congo (na África) e Mekong (na Ásia). O estudo ressalta que nesses três rios estão sendo construído ou planejadas 450 barreiras para geração de energia.
“As bacias desses três rios abrigam um terço dos peixes de água doce de todo o mundo”, afirmou Kirk Winemiller, líder do estudo e professor da Universidade Texas A&M. As 450 barreiras colocam em risco as vidas de muitas espécies de peixes.
Além disso, os planos envolvem realocação de populações e desflorestamento de grandes áreas. “Falta de transparência durante a aprovação de uma barragem levanta dúvidas sobre se financiadores e o público estão cientes dos riscos”, diz Leandro Castello, um dos autores do estudo.
Para os pesquisadores, as análises de impactos precisam ser mais aprofundadas. De acordo com eles, pela primeira vez é possível fazer análises profundas com satélites sobre biodiversidade e ecossistema. Esses dados seriam capazes de balancear os custos e benefícios da energia hidroelétrica.
Os cientistas afirmam que um processo mais detalhado e transparente traria diversos benefícios. Financiadores das obras poderia ficar mais tranquilos; populações seriam menos afetadas; e os impactos ecológicos seriam menores.
O estudo foi feito por cientistas representando 30 universidades, governos e organizações conservacionistas de oito países diferentes.
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