Quase 7 meses após o assassinato do ambientalista Raimundo dos Santos Rodrigues e na tentativa de homicídio contra sua esposa, Maria da Conceição Chaves Lima, crimes ocorridos no dia 25 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Jaguaribe para prender investigados por participação nos crimes. Duas pessoas foram presas. A Polícia Federal não divulgou os nomes.
Raimundo e Maria eram conselheiros consultivos da Reserva Biológica do Gurupi (MA) e lutavam contra madeireiras ilegais que atuam na região. Ele estava sofrendo ameaças de morte. O casal vivia no Povoado Rio das Onças, no município de Bom Jardim, e sofreram a emboscada quando chegavam em casa. Raimundo foi morto a tiros. Maria da Conceição Chaves Lima também foi baleada, mas sobreviveu.
“Raimundo era uma pessoa que nunca quis e nunca buscou o individualismo. Ele buscava o bem da coletividade. A equipe da Unidade esperava por esta resposta. Precisávamos resgatar a moralidade e o valor da vida humana”, declara o chefe da Reserva Biológica do Gurupi, Evane Lisboa.
A Reserva Biológica do Gurupi protege parte do último remanescente de Amazônia no Maranhão, mas a riqueza da floresta está ameaçada pela ação de madeireiros ilegais.
“A Reserva Biológica do Gurupi vem sendo muito ameaçada e atacada. Ocupações irregulares geraram ou abrigaram conflitos e atividades ilegais. A grilagem e a extração ilegal de madeira geram sérios danos à conservação desse patrimônio", destaca o presidente do ICMBio, Claudio Maretti, em nota divulgada pelo Instituto.
Segundo a Polícia Federal, o crime foi motivado por conflitos agrários na região de Buriticupu (MA), envolvendo madeireiros, fazendeiros, sem-terra e ambientalistas. Os investigados que tiveram suas prisões decretadas são fazendeiros na região de Imperatriz e Buriticupu.
“Consideramos muito importante a união das instituições, Polícia Federal, ICMBio, Ibama, Ministério Público e Justiça Federal. Foi o que proporcionou as condições para que o Estado retomasse aquela área. Essa é a grande vitória desta operação”, avalia o superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Alexandre Saraiva. “Vamos permanecer na região pelo tempo que for necessário para acabar com esta quadrilha que atua em outros estados, também. Ainda temos muito trabalho a fazer”, destaca Saraiva.
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