O Ministério Público Federal do Amazonas quer que o Exército pague uma indenização de 100 mil reais pela morte da onça-pintada Juma, abatida após ser exibida durante a passagem da tocha olímpica por Manaus, em junho. Na ação civil pública, que tramita na 7ª Vara Federal, os procuradores também pedem um pagamento de R$ 1 milhão por danos morais coletivos.
Juma, um macho de 18 anos e cerca de 55 quilos, era mascote do 1° Batalhão de Infantaria de Selva e participou do evento no zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) sem autorização do órgão responsável, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Nem mesmo o local onde ela era mantida, o 1º Batalhão de Infantaria de Selva, tem licença para abrigar animais silvestres.
Após o encerramento da programação, ao ser conduzida pelos tratadores à viatura de transporte, a onça Juma se soltou das correntes. A equipe de veterinários militares tentou recapturá-la com o disparo de tranquilizantes, porém, após atingido, o animal foi em direção a um militar e acabou abatido.
Mascotes
O Exército não possui licença para manter animais silvestres em cativeiro no Comando Militar da Amazônia (CMA). Segundo o Ministério Público Federal, este fato não impede o CMA de manter em suas dependências 15 animais silvestres, sendo um gato maracajá, um gato do mato pequeno, quatro jaguatiricas, seis onças-pintadas, duas onças-pretas e uma onça-parda.
Na ação, o MPF entrou com um pedido de medida liminar para proibir animais silvestres em eventos sem autorização do órgão ambiental competente.
Além disso, os procuradores pedem que a Justiça obrigue o Exército a regularizar as atividades que desenvolve com animais silvestres, obtendo todas as licenças, autorizações e permissões necessárias no prazo máximo de um ano, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.
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